Exército coordenará esquema de segurança do pontífice nos últimos dois dias do evento internacional no Rio, em julho. São esperadas 2,5 milhões de pessoas em Guaratiba
POR MARIA INEZ MAGALHAES
O planejamento inclui patrulhamento por terra, mar e ar, e até equipes especializadas em crimes cibernéticos, além de estratégias contra sabotagem e agentes infiltrados. Tudo isso será monitorado 24 horas em tempo real pelo ‘Big Brother do Papa’, o Centro de Controle Tático Integrado (CCTI), que reunirá representantes de todas as forças de segurança no Comando Militar do Leste, no Centro.
General Abreu: 'Não esperamos atitudes agressivas dos jovens, porém mais euforia por parte das pessoas' | Foto: Carlos Moraes / Agência O Dia
Nos outros dias da JMJ, a segurança será coordenada pela Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, vinculada ao Ministério da Justiça, que engloba as polícias. E os militares vão atuar na defesa de área (controle do espaço aéreo, contra terrorismo, guerra cibernética, entre outros). “Na segurança só agiremos se necessário”, explicou o general Abreu.
Latinidade não alterou planejamento
O general Abreu garantiu que nada mudou no planejamento da segurança da JMJ, que começou a ser traçado em novembro, com a eleição do Papa argentino.No entanto, observação será a palavra de ordem.
O general Abreu garantiu que nada mudou no planejamento da segurança da JMJ, que começou a ser traçado em novembro, com a eleição do Papa argentino.No entanto, observação será a palavra de ordem.
“É um Papa próximo do povo e haverá mais interação com a juventude. Não esperamos atitudes agressivas dos jovens, porém mais euforia porque eles vão querer estar mais perto dele. Por isso, estaremos mais atentos”, explicou o oficial, que comandou a segurança da Rio+20, ano passado no Rio.
A base logística para atender Guaratiba será no Centro Tecnológico do Exército, na região, assim como dois hospitais de campanha. Já os responsáveis pela segurança cibernética vêm de Brasília e ficarão no CCTI. Uma das principais funções é monitorar hackers para evitar que invadam o sistema de segurança da JMJ.
Nos outros compromissos do Papa, os militares só vão acompanhá-lo se a presidenta Dilma Rousseff estiver presente. O religioso vai à Catedral Metropolitana, no Centro, ao Cristo Redentor e deverá ir a uma favela.
'UPP facilita trabalho do Exército'
Apesar do aparato gigantesco de segurança, o general Abreu afirma que a atuação dos militares não será ostensiva. “Vamos priorizar o trabalho de inteligência. Não adianta colocar todo mundo na rua”, explicou o oficial.
Segundo ele, isso só será possível graças as 30 Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) que existem. “A UPP facilita nosso trabalho. Não teremos, por exemplo, canhões apontados para a Rocinha (a favela tem UPP) como aconteceu na Eco-92”, lembrou ele, no Exército há 40 anos.
A elaboração do plano de segurança incluiu uma ida ao Vaticano. Na ocasião, o oficial esteve com o então Papa Bento XVI, que renunciou ao cargo 15 dias depois. “Fomos conhecer a expertise da segurança de lá. Continuamos tratando do assunto por e-mail. Me perguntam o que eu disse para o Papa porque logo depois ele deixou o cargo”, brincou o general, que deve voltar ao Vaticano.
Em duas semanas, os militares começam a intensificar o treinamento para a JMJ. As tropas vão se desmobilizar até 4 de agosto.
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