02 de Abril de 2013 - 06:00
Por Tribuna
Em nota publicada esta semana, a empresa Linde Gases Ltda. informa que pretende suspender o fornecimento de ar comprimido medicinal, recolher os cilindros de oxigênio e outros gases medicinais, bem como demais equipamentos de sua propriedade fornecidos à Secretaria de Saúde. A razão seria o atraso nos pagamentos feitos pelo órgão. Na nota, a Linde diz que o contrato 209/2012 já não está mais em vigência e, por isso, a empresa "recolherá imediatamente todos os equipamentos de atendimento domiciliar" contratados pela Prefeitura, como concentradores, cilindros e máscaras.
A Secretaria de Saúde não informou quantas pessoas dependem desses aparelhos e fazem uso na própria residência, mas a possibilidade de suspensão desse serviço preocupa familiares dos pacientes. A auxiliar administrativa Bruna Martins, 26 anos, diz que a mãe depende totalmente do cilindro de oxigênio. "Ela tem DTOC, um tipo de enfisema pulmonar, e não pode ficar sem o oxigênio, depende dele 24 horas por dia. A entrega ocorre nas segundas, quartas e sextas-feiras, e hoje (segunda-feira, dia 1º) ocorreu normalmente. Ninguém me avisou nada sobre possibilidade de recolher os dois cilindros que estão na minha casa. Se isso ocorrer, a única alternativa seria interná-la em um hospital."
Conforme o subsecretário de Administração e Finanças da Secretaria de Saúde, Jorge Luiz Vieira, no início deste ano, a pasta foi informada que o débito com a empresa era de R$ 1.052.064,38, o que envolveria serviços prestados entre 2008 e 2013. "É impossível que esses valores de 2008 a 2009 estejam sendo cobrados somente agora, em uma nova administração. Por isso, fizemos uma proposta para saldar o valor referente a 2012 (R$ 679 mil), conforme um cronograma de pagamento, e manter em dia os valores deste ano. No entanto, a empresa não havia aceitado. Hoje (segunda-feira) fui procurando por um representante da Linde, e uma reunião para renegociar o contrato foi marcada para esta quarta-feira."
O subsecretário diz que os contratos com a Linde equivalem a cerca de R$ 3 milhões ao ano, mas que a demanda pelo serviço tem crescido. Por isso e também pelo fato de o citado contrato já ter vencido, Jorge explica que será aberto um novo pregão "já adequado à atual dimensão do serviço". Até que isso ocorra, ele garante que a Secretaria de Saúde buscará alternativa para a manutenção do serviço e para que nenhum paciente seja prejudicado. A Tribuna tentou contato com a Linde, na tarde desta segunda, nos números disponíveis no site da empresa, mas não conseguiu falar nos ramais de Juiz de Fora, Rio de Janeiro e São Paulo.
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