quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

JF tem a 6ª gasolina mais cara de Minas


20 de Fevereiro de 2013 - 06:00


Preço médio praticado é de R$ 3,10; alta após reajuste do combustível nas refinarias é de 7,6%

Por Gracielle Nocelli

Juiz de Fora tem a sexta gasolina mais cara de Minas Gerais. Dados da última pesquisa da Agência Nacional de Petróleo (ANP) realizada entre 3 e 9 de fevereiro em 67 municípios apontam que o preço médio praticado na cidade pelo litro do combustível é de R$ 3,10. No último dia 29, a Petrobras anunciou reajuste de 6,6% no combustível para as refinarias. Na época, o Governo federal estimou que o reflexo para os consumidores seria de 4,4%. Como o preço médio dos postos da cidade antes do reajuste era de R$ 2,87, a alta para o consumidor local foi de 7,6% (ver quadro).
Nos estabelecimentos, o combustível pode ser encontrado por valores entre R$ 2,78 e R$ 3,16. Para o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), Carlos Alberto Jacometti, a variação é um aspecto positivo para o consumidor. "Esta diferença de valores ocorre pela concorrência do setor, e é uma alternativa para quem deseja pesquisar pelo produto produto mais barato."
Jacometti destaca que vários fatores interferem nos preços. "A concorrência é o principal deles, mais até do que o próprio custo do combustível", avalia. Ele também cita a localização de refinarias e a média de venda dos postos de gasolina. Estes dois últimos são, de acordo com o diretor do Minaspetro, a explicação para que Juiz de Fora tenha o preço médio da gasolina superior a quase todas as capitais brasileiras, ficando atrás apenas do valor praticado em Rio Branco, no Acre.
"Em São Paulo e Belo Horizonte, por exemplo, há refinarias. Desta forma, os postos adquirem o combustível por um valor muito menor do que os municípios que dependem de transporte e pagam frete", diz Jacometti. Além disso, ele destaca a diferença na demanda de clientes. "Nas capitais, a média de venda dos postos chega a 600 mil litros por mês. Em Juiz de Fora, os estabelecimentos atingem em torno de 200 mil litros."
Este mês, nenhuma queixa foi registrada na Agência Nacional de Petróleo (ANP), conforme informações da assessoria de imprensa do órgão. Segundo a agência, quando o consumidor desconfiar que o preço dos combustíveis é abusivo, ele deve entrar em contato pelo telefone 0800-9700267 para formalizar a reclamação. "A partir daí, a ANP realiza a fiscalização embasada em estudo técnico, para verificar a situação. Se o abuso for constatado, a situação é levada ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e à Secretaria de Direito Econômico, que são os órgãos competentes", afirmou a assessoria. 

Juiz-forano restringe uso do carro para economizar

Na avaliação do economista e professor da Fiap, Marcos Crivelaro, as despesas com combustível representam entre 5% e 10% do orçamento familiar. "Diante desta estimativa, toda a oportunidade de economizar para diminuir o impacto da alta da gasolina é válida", ressalta. Ele lembra que as alternativas podem ser desde a redução do uso do automóvel até o controle de outros gastos. "Colegas de trabalho que moram perto podem revezar o uso do carro em vez de deslocarem dois veículos ao mesmo tempo. Quem puder substituir o automóvel por bicicleta, motocicleta ou transporte público também irá economizar", exemplifica.
Para quem não pode abrir mão do automóvel, ele sugere a redução de despesas como água, luz, telefone e alimentação fora de casa. O economista Marcos Crivelaro lembra que a alta da gasolina reflete nos preços de produtos e serviços. "Toda a cadeia logística de transporte ficou mais cara. Desta forma, até as famílias que não possuem automóvel sentem o peso no bolso. Um serviço que faz entrega via motoboy, por exemplo, sofre reajuste quando o valor do combustível aumenta."
Na ruas, os juiz-foranos contam que já mudaram os hábitos para equilibrar o orçamento. A administradora financeira Salma Iazbeck, 44 anos, optou por reduzir o uso do automóvel. "Agora só utilizo nos fins de semana para passear", diz. Para o aposentado Djalma Madeiros, 67 anos, o transporte público tornou-se uma alternativa. "Dirijo em situações mais emergenciais. Do contrário, vou de ônibus, pois já tenho o benefício da gratuidade." Para o engenheiro Gilson Antônio da Silva, a solução foi a fidelização como consumidor. "Como abasteço há muito tempo no mesmo posto de gasolina, me tornei mensalista para garantir alguns descontos e, assim, diminuir o impacto de aumento de preços."
Para o engenheiro Gilson Antônio da Silva, a solução foi a fidelização como consumidor. "Como abasteço há muito tempo no mesmo posto de gasolina, me tornei mensalista para garantir alguns descontos e, assim, diminuir o impacto de aumento de preços."
http://www.tribunademinas.com.br/economia/jf-tem-a-6-gasolina-mais-cara-de-minas-1.1233487

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