quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Seis casas de show são fechadas em Pouso Alegre

JULIANA BAETA/MÁBILA SOARES

Após o incêndio que matou 235 pessoas em uma boate de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, na madrugada do último domingo (27), autoridades e órgãos responsáveis pela segurança vistoriam casas noturnas em diversas cidades de Minas Gerais.
 
Em Pouso Alegre, no Sul do Estado, seis das sete casas noturnas da cidade foram fechadas entre quarta (30) e quinta-feira (31). Segundo o músico Davi Bernardo, que se apresentaria na noite desta quinta-feira no República Bar, uma casa de shows da cidade, o estabelecimento foi fechado pouco antes da preparação para o show. “O problema é que eles não avisam nada, simplesmente vão lá e fecham o lugar. Esse dinheiro que eu ia receber pelo show estava comprometido para o carnaval, agora não sei mais como vai ser”, diz.
 
De acordo com o dono do República Bar, Marcelo Toledo, a casa, que completa 11 anos de existência em 2013, tinha o documento de vistoria do Corpo dos Bombeiros, o alvará da prefeitura, e todos os certificados exigidos, mas faltou uma trava anti-pânico na porta. “Antes não tinha isso. Todos os aparatos de segurança necessários eu tinha, e estão registrados. A novidade são estes outros instrumentos que eles estão pedindo agora. Essa trava anti-pânico, por exemplo, nem tem aqui na cidade. Fui às cidades vizinhas e também não encontrei. Terei que ir à São Paulo para que a República volte a funcionar”, conta o empresário.

Segundo o tenente do Corpo de Bombeiros de Pouso Alegre, Lucas Pacheco, a trava anti-pânico é necessária em uma situação de emergência, e isso independe da repercussão do incêndio em Santa Maria. “As vistorias já eram feitas, mas após a tragédia no Rio Grande do Sul, houve a comoção pública e uma atenção maior a estas questões”, explica. 
 
As vistorias são feitas de acordo com denúncias da população e, por lei, o dono do estabelecimento deve possuir todas as medidas de segurança necessárias e mantê-las. No caso de uma fiscalização em que o local não cumpra todas as exigências, a casa é notificada, e o proprietário tem até 60 dias para se adequar, caso contrário, o estabelecimento é fechado. Já em casos mais extremos, onde falta estrutura e instrumentos prioritários no que diz respeito à segurança das pessoas, a casa é interditada imediatamente.
 
A Lei Estadual 14.130 só autoriza a abertura de casas de show mediante o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros. 
 
Triângulo Mineiro 
Em Araguari, no Triângulo Mineiro, o Corpo de Bombeiros fechou o Clube Recreativo Araguarino e a Associação dos Aposentados nessa quarta-feira (30). Segundo os bombeiros, o clube não possui projeto de incêndio do cinema e do salão de festas. A interdição é por tempo indeterminado.
 
Conforme os militares, as placas de gesso que revestem o teto do salão de eventos ameaça cair. O local também não possui hidrante interno e saídas de emergência. Na Associação dos Aposentados, a porta principal não tem tamanho suficiente para a saída do público em caso de emergências. O local também não tem sistema de hidrante.
 
Atualizada às 19h23

http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=374509

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