Por determinação da Justiça, foi exumado ontem o cadáver do professor Bernardo Tostes Cardoso de Paula Monteiro, encontrado morto e amarrado em um apartamento de cobertura na Avenida Olegário Maciel, Paineiras, região central, em junho de 2012. A delegada titular do Grupo de Ações Operacionais (Naop) da Polícia Civil, responsável pelo caso na época, Sheila Oliveira, acompanhou os trabalhos de coleta de restos mortais no Cemitério Municipal. Segundo ela, a Justiça deferiu o pedido da defesa dos suspeitos de autoria do crime, no qual contesta a causa da morte, alegando que a vítima teria morrido em função de uma overdose de drogas. Na ocasião, o laudo de necropsia da Polícia Civil apontou que a morte do professor teria sido causada por uma asfixia por esganadura.
Ainda de acordo com a delegada, a defesa contratou um médico legista particular para a realização de novo parecer. Os exames serão feitos a partir do material coletado ontem, que também será analisado pela perícia da Polícia Civil. O resultado deve ficar pronto em 15 dias, mas como envolve exames de alta complexidade, o prazo pode ser prolongado. "Se houver divergência entre os pareceres e o juiz entender que a discordância tem fundamento, a Justiça deve designar um terceiro perito, como forma de diminuir a controvérsia."
O crime foi registrado em 5 de junho. O corpo do professor foi encontrado por policiais militares, após receberem a informação de que havia uma confusão no prédio. A porta do imóvel estava aberta e Bernardo, então com 33 anos, foi localizado caído no chão da sala sendo enforcado pelas costas por um vendedor, 30, numa espécie de golpe denominado chave de pescoço. Uma empresária, 38, moradora do apartamento, também estava segurando a vítima pelos ombros, ficando parcialmente sobre ela.
O Samu foi acionado, mas a vítima já não apresentava sinais vitais. Ele estava com as pernas amarradas pelo cinto do suspeito, as mãos atadas pela blusa da mulher, e ainda tinha sobre o corpo uma mesa rústica e duas cadeiras de madeira. A cena foi justificada pelos suspeitos como uma tentativa de acalmar o professor, uma vez que ele teria sofrido um mal súbito, como um ataque convulsivo. O vendedor e a empresária receberam voz de prisão e foram conduzidos à delegacia. Ambos foram autuados pela delegada Sheila Oliveira por homicídio doloso e presos. Dois dias depois, o casal foi solto pela Justiça.
http://www.tribunademinas.com.br/cidade/exumado-corpo-de-professor-morto-na-olegario-1.1213014
Nenhum comentário:
Postar um comentário