Excelentíssimo Senhor Presidente da Academia
Brasileira de Defesa
Tenente-Brigadeiro
do Ar Ivan Frota
Excelentíssimas
autoridades à mesa de honra, e demais autoridades presentes a esta solenidade.
Minhas
Senhoras e meus Senhores
A Academia
Brasileira de Defesa foi fundada com o espírito de reunir homens e mulheres
patriotas e com profissão de fé pela Democracia e pelo Estado de Direito, com
um passado e um presente inatacáveis, oferecendo seus nomes e biografias em
benefício do Brasil. O capital moral de cada um que hoje toma posse se associa
ao capital profissional de serviços prestados à Pátria, produzindo uma riqueza
ainda maior quando em convívio com todo o corpo acadêmico, pois o resultado da
soma qualitativa das partes é muito superior à soma quantitativa das
individualidades. É uma grande e intransferível honra ser membro da Academia
Brasileira de Defesa, que pereniza a todo o corpo, acrescentando ainda mais
brilho individual pela aceitação coletiva.
As academias
nascem pequenas. Entretanto, a grandeza da semente indica o perfil da colheita
futura. Quero enfatizar a grandeza de todos os que hoje serão empossados, pois
se associarão àquela dos que hoje a compõem, pois ofereceram a complexa
trajetória pessoal de suas vidas para dar início a uma instituição que veio
para fazer História. Acreditaram em algo muito maior. Saibam que as gerações
futuras não vos esquecerão e vos serão extremamente gratas. Grandes espíritos
têm a humildade de sempre recomeçarem, se reinventarem, criarem e apontarem
novos caminhos. Grandes espíritos têm um só lado, assumem na plenitude os
riscos das suas decisões. E estão certos.
A Academia
Brasileira de Defesa é uma grande Academia. Nascemos sob a égide da defesa da
vida, do respeito e amor aos povos e nações, na melhor tradição do povo
brasileiro. Essa vocação nos legitima e autoriza a propormos a fazer do Brasil
uma das primeiras e mais importantes potências militares do mundo, justamente
para a defesa desses valores da Humanidade. A civilização deve ser mais forte,
mais inteligente e mais criativa que a barbárie. A democracia de Estado de
Direito comparativamente aos totalitarismos também precisa ser superior.
Nascida
também da necessidade de organizar a voz crítica de cidadãs e cidadãos que
viviam dispersos, oprimidos e silenciados pela poderosa organização criminosa
que se apoderou do País e que agora começa a ser condenada pelo Supremo
Tribunal Federal, a Academia Brasileira de Defesa se propõe à restauração da
República, à restauração dos mais elevados valores e princípios da civilização
ocidental, de tradição judaico-cristã. Somos Ocidente, no sentido histórico do
termo.
Os
subversivos do Estado Democrático de Direito de ontem e de hoje sempre
golpearam o Estado a partir do comando do governo. Dão golpes no Estado e acusam os opositores de, ao
restabelecerem o direito do Estado, de praticarem golpes de Estado. O Mensalão foi a Revolução Comunista Bolivariana no
Brasil. A Revolução Bolivariana na América Latina tem por estratégia a
simulação da preservação das formalidades democráticas para, do seu interior,
subverter a todas elas. O resultado é uma ditadura totalitária com uma
cobertura palatável de democracia. A liberdade é instrumentalizada para
destruir a liberdade. O totalitarismo
no Brasil optou por comprar o poder legislativo federal para mais adiante
comprar o Supremo Tribunal Federal e reduzir os três poderes ao poder
executivo, e concentrar todos os poderes no Chefe do Executivo. O Golpe no Estado brasileiro é obra da
Revolução Bolivariana através do Mensalão. Um golpe sutil, sorrateiro, secreto,
silencioso e criminoso.
As
Forças Armadas Brasileiras têm o dever constitucional da defesa. As guerras
contemporâneas provaram que a defesa de um país envolve forças armadas stricto sensu e forças de defesa lato sensu. As forças de defesa em
sentido amplo são a riqueza industrial, comercial, cultural, diplomática,
econômica, científica e tecnológica independentes. A lógica pós-moderna de
defesa estabeleceu novas necessidades. A fragilidade científico-tecnológica
impede um país em guerra de ter seus autônomos equipamentos militares, médicos,
hospitalares, farmacêuticos, têxteis, arquitetônicos, agrícolas, pecuários,
viários, cibernéticos, etc. A complexidade de uma guerra começa muito antes do
caráter militar da guerra. Em verdade, se perde ou se ganha uma guerra muito
tempo antes do começo tradicional pelas armas. O mundo pós-moderno ampliou o
conceito de arma. Tudo é arma, ou tudo se torna uma arma, ao se iniciar um
conflito bélico. Quem for pego despreparado é quase um candidato a assinar
antecipadamente a rendição.
Dissolvendo o
monopólio de grupos totalitários nas discussões sobre defesa nacional, a
Academia Brasileira de Defesa afasta-se conscientemente da infiltração
ideológica na teoria da defesa. Ideologia não é pátria. Nossa pátria não é a
ideologia, mas sim o Brasil. E o Brasil formado de pessoas reais, não um Brasil
formal de pessoas virtuais. O verdadeiro patriotismo prega o amor à pátria sem
ódio aos outros países. Essa a bela tradição brasileira. Nesse sentido somos
conservadores, queremos conservar os mais elevados valores e princípios
humanistas da civilização, e deles não nos afastamos, não capitulamos nem
renunciamos, pois são universais. Sem eles somos nada, ou melhor, somos
barbárie. Assim, somos também revolucionários, pois não nos acomodamos com as
pretensas definitivas conquistas. Outra lição da História, é que nada é
conquistado em definitivo, e as coisas, se não trabalharmos duro por elas,
acabamos por perdê-las. Para conservar o excelente, precisamos de pequenas
revoluções cotidianas.
O verdadeiro
conservador é um revolucionário, pois não acredita somente na mudança ou
somente na manutenção. Conservar e revolucionar são faces da mesma moeda do bom
senso histórico. Somos progressistas, pois acreditamos que podemos sempre
avançar, mas por vezes avançar é não perder as grandes conquistas do passado.
O
renascimento das ideologias totalitárias no mundo em geral, e na América Latina
em particular, foi um fator importantíssimo na decisão de reunirmos grandes
nomes em torno de um denominador comum, um ponto centrípeto que nos unisse pela
convergência maior. O mensalão mostrou que tínhamos razão. Nós há muitos anos
já havíamos decifrado o código da Revolução Comunista Bolivariana no Brasil,
mas pouca gente percebia.
A violência contra inocentes no passado, no
presente e no futuro deve ser a preocupação maior do sistema de defesa
brasileiro. A consciência ingênua e mágica crê irracionalmente que a lógica da
guerra vale para todos os países em vários milênios de história da humanidade,
mas não vale para o Brasil pois somos especiais. Especialíssimos, talvez, para
ficarmos de fora de todos os conflitos bélicos que regem o planeta Terra.
Assim,
caríssimas confreiras e caríssimos confrades, estamos aqui em festa para igualmente
celebrar a dignidade das Forças Armadas Brasileiras, formadas por gente nossa
de todas as regiões, que são um exemplo de amor à liberdade, à democracia e ao
Estado de Direito. É motivo de orgulho para cada um de nós brasileiros, que
tenhamos uma das forças armadas mais humanistas do mundo. Celebremos, pois, a
chegada de novos acadêmicos e acadêmicas em um ambiente de convívio fraterno,
sincero e produtivo. Temos grandes desafios, enormes obstáculos e muitos
problemas, mas temos grandes espíritos, enormes capacidades e muitos corações,
e sobretudo gigantesca nobreza da alma em defesa da vida humana sob todos os
aspectos. Muito bem-vindos, a Academia Brasileira de Defesa vos pertencerá para
sempre. Boa noite.
Discurso de
saudação de João Ricardo Moderno
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