Marcus Vinícius (PTB-RJ) envia ofício à ANTT questionando valor de R$ 8 frente os R$ 3,74 previstos para nova concessão
Por Gracielle Nocelli
O deputado estadual Marcus Vinícius (PTB-RJ) enviou ontem ofício para a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) solicitando a revisão do valor do pedágio cobrado na BR-040 entre Juiz de Fora e Rio de Janeiro. O trecho é administrado pela Concer. A tarifa atual para automóveis é de R$ 8, mais do que o dobro do preço máximo que será cobrado no trecho que será licitado, entre Juiz de Fora à Brasília, de R$ 3,74. "Além da redução do custo, que é um dos mais altos do país, também solicito que as obras de ampliação da pista na subida da serra, previstas para serem concluídas até a Copa de 2014, tenham início. A pista não comporta o grande volume de veículos que trafega no local, e os usuários estão expostos a uma situação de insegurança", afirma o deputado.
No decorrer dos 180,4 quilômetros da viagem de Juiz de Fora até o Rio de Janeiro há três praças de pedágio, localizadas em Matias Barbosa, Areal e Santa Cruz da Serra. Neste percurso, o condutor de um automóvel paga R$ 24, o de uma motocicleta R$ 12 e o de um caminhão com reboque de seis eixos R$ 144, conforme tabela disponível no site da ANTT. "O valor é muito alto. Além de recorrer à ANTT, também acionaremos o Tribunal de Contas da União (TCU) e as comissões de Transporte e de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj). Pretendo unir todas as forças de todos os poderes para revertermos o quadro crítico que vivemos hoje", diz o político.
Procurada pela Tribuna, a assessoria de imprensa da ANTT não apresentou posicionamento sobre os questionamentos do deputado e não respondeu sobre prazo de início e conclusão das obras de ampliação da pista da subida da serra, limitando-se a informar que, no caso de recebimento do ofício na manhã de ontem, será necessário tempo maior para análise do documento.
Segurança
De acordo com o deputado Marcos Vinícius, a média de acidentes com veículos de grande porte na pista de subida da serra é muito alta. "O fechamento da via por horas, sem contar as vítimas, é motivo de preocupação ao desenvolvimento da economia e turismo da região e forte entrave para eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas." Por conta dos problemas com a pista de subida da serra são comuns intervenções no trecho, como a inversão de mão durante madrugadas de terças e quintas-feiras para o tráfego mais seguro de veículos de carga pesada.
Segundo informações da Concer, cerca de 85 mil veículos trafegam no trecho entre JF e RJ nos dois sentidos diariamente, e há projeto de obras de melhorias na pista de subida da serra. De acordo com a empresa, falta autorização da ANTT para que a obra seja iniciada. "A pista de subida foi criada em 1928 e hoje teve a sua capacidade esgotada. Nosso projeto recebeu as licenças ambiental prévia e de instalação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), agora aguardamos recursos. O valor estimado pelo Governo, em edital lançado em 1995, para ampliação da pista está defasado e, por falta de verba, as obras não começaram", diz a Concer.
Em maio, a Tribuna mostrou que outras melhorias previstas no contrato da empresa (como implantação de 172 telefones de emergência, painéis de mensagem variável para informação dos usuários, câmeras, estações meteorológicas, detectores de neblina e sensores de tráfego), que ganhou a concessão em 1996, não saíram do papel.
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