A Festa Alemã do Bairro Borboleta é considerada, a partir de agora, patrimônio cultural de Juiz de Fora. Publicada ontem no Diário Oficial do Município, a Lei n° 12.621, sancionada na segunda-feira pelo executivo, declara de utilidade pública, a festa de tradições alemãs, para fins de registro e efeito de proteção e preservação, como bem constitutivo da cultura colonizadora na memória urbana da cidade. Com 14 edições ininterruptas, o evento sempre tem início ou fim no feriado de 7 de setembro e já faz parte do calendário turístico.
Rumo ao patrimônio imaterial
Rumo ao patrimônio imaterial
A assessoria de comunicação da Funalfa explica que o processo com a possibilidade de registrar a Festa Alemã para fins de proteção e preservação de bem imaterial de Juiz de Fora também já está sendo avaliado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Compac), em fase de instrução.
“Estas ações são fundamentais para a valorização e reconhecimento da cultura alemã na cidade”, conta um dos fundadores da festa, Luiz Antônio Stephan.
Ele lembra que o atual modelo teve início em 1990, logo após as interrupções do governo de Getúlio Vargas e durante as Grandes Guerras.
“Hoje, mesmo com a grande miscigenação cultural, a comunidade do Borboleta ainda mantém tradições e se emprenha bastante para fazer a festa se manter como tradição. O evento reúne música, dança e gastronomia dos nossos antepassados”, comenta Luiz Stephan, que faz parte da quinta geração alemã.
Neste ano, a Festa Alemã será entre os dias 5 e 9 de setembro e vai comemorar os 140 anos de fundação da Associação Alemã de Beneficência e 154 da imigração alemã em Juiz de Fora. Além das atrações anuais, que são as danças e comidas típicas, concurso do chopp a metro e apresentação da banda Schmetterling, os organizadores pretendem trazer outros grupos de dança.
“O cronograma ainda não está todo fechado, mas esperamos contar com grupos de São Paulo e Petrópolis. A associação conseguiu aprovar neste ano, um projeto junto ao Núcleo de Turismo da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico da cidade, que liberou mais verbas para a organização do evento”, contou o presidente da Associação Cultural e Recreativa Brasil - Alemanha (ACRBA), Vilmar Duque.
Tradição e muita história
A festa realizada em 1990, 15 anos após a última edição, na década de 70 foi motivada pelas necessidades de angariar fundos para a restauração da igreja da comunidade do Bairro Borboleta. Na época, a festa também foi um marco para a reunificação alemã, devido ao colapso do bloco socialista, no fim da década de 80.
A festa realizada em 1990, 15 anos após a última edição, na década de 70 foi motivada pelas necessidades de angariar fundos para a restauração da igreja da comunidade do Bairro Borboleta. Na época, a festa também foi um marco para a reunificação alemã, devido ao colapso do bloco socialista, no fim da década de 80.
Criou-se então uma comissão para gerenciar a realização da festa, que apoiou e incentivou a criação dos grupos de danças, recebendo nomes específicos. O grupo de jovens é o “Munique”, em homenagem à cidade alemã onde se promove a tradicional "Oktoberfest". O Grupo de adolescentes recebeu o nome de Schmetterling (Borboleta), em homenagem ao bairro, e o infantil é o “Kinder”, que significa criança.
O grupo “Schmetterling Germanische Volkstanzgruppe” de Danças Folclóricas Alemãs, de Juiz de Fora, tornou-se referência na defesa da cultura e das tradições do povo que chegou no Brasil a 188 anos. Atualmente o grupo é composto por cerca de 124 integrantes, distribuídos em oito categorias.
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