Com o intuito de elaborar projetos de restauro e requalificação para o Solar dos Colucci e a sede da Fazenda da Tapera, a Santa Casa, proprietária dos imóveis, firmou convênio com a UFJF. Conforme divulgado pela Tribuna no início do ano, uma outra proposta para o Solar - casarão situado na Avenida Rio Branco e tombado em 1999 - havia sido encaminhada ao Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que solicitou um parecer do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Comppac) após constatar a ausência das plantas da edificação. Já o projeto anterior de recuperação da Tapera - construção mais antiga do município, localizada na Rua Alencar Tristão, Bairro Santa Terezinha - foi considerado inadequado pelo Comppac. "Como essas tentativas não deram certo e existia interesse acadêmico, nós criamos um projeto de extensão com a participação de dois alunos", comenta o professor do curso de arquitetura Gustavo Abdalla.
Segundo o presidente da Santa Casa, Renato Villela Loures, a instituição se vê comprometida com a preservação da memória e do patrimônio histórico. "Estamos também definindo intervenções emergenciais, principalmente na sede da fazenda." A parceria com a UFJF, que conta ainda com a atuação dos professores Jorge Arbach e Mônica Olender, já começou a andar. Como explica Abdalla, além dos dois bens citados, a capela da Santa Casa, também tombada pelo município, será incluída no processo, apoiado pela Funalfa. "Nosso objetivo é dar todo o encaminhamento para que a instituição tenha condições de levantar recursos por meio de leis e patrocínios."
Após produzir a chamada radiografia dos imóveis, constatando os problemas estruturais e os riscos, a UFJF irá discutir com a parceira as possibilidades de uso dos espaços, de acordo com as necessidades e restrições. "O documento de doação da Tapera limita o possuidor atual a usar a sede exclusivamente para atividades com crianças ou idosos", afirma Gustavo Abdalla. Como já divulgado pela Tribuna, a intenção é instalar um museu da saúde no Solar dos Colucci, erguido no final do século XIX, com elementos de influência dos chalés europeus. Na segunda fase dos estudos, há a elaboração de um programa de necessidades, com a definição das técnicas arquitetônicas. Em seguida, serão organizados os documentos adequados para a intervenção por conta própria ou com a captação de incentivos. "A situação da Tapera é mais complexa, exige verba maior e técnicas mais sofisticadas", observa Abdalla.
De acordo com o professor, a previsão é que o trabalho dure um ano. O projeto executivo, no entanto, não é de responsabilidade da universidade. Já com os recursos em mãos, a proprietária das edificações deverá contratar uma empresa especializada para definir as diretrizes técnicas. "Quando se trata de um bem tombado, um erro de execução pode implicar perdas irreparáveis", acrescenta Abdalla. Conforme o diretor da Divisão de Patrimônio Cultural (Dipac) da Funalfa e vice-presidente do Comppac, Paulo Gawryszewski, depois de finalizadas, as propostas deverão ser encaminhadas ao Comppac para avaliação e aprovação.
Fazenda Ribeirão das Rosas recebe R$ 1 milhão
A sede da Fazenda Ribeirão das Rosas, localizada entre os bairros Barbosa Lage e Remonta, deve passar, em breve, pelas primeiras atividades do projeto de restauro. Propriedade do Exército Brasileiro, o imóvel recebeu a verba de R$ 1 milhão, provinda de emenda parlamentar. Segundo o tenente coronel Sérgio Marrafão, o processo licitatório deve ter início em breve. "Atacamos em várias frentes e, agora, estamos estudando as principais medidas a serem tomadas com a ajuda da arquiteta Mônica Olender." Ainda conforme Marrafão, a construção recebeu recentemente, como ação emergencial, coberturas laterais. A iniciativa contou com o apoio da Funalfa, do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil. Já o estudo para a proteção do telhado, que passou por obras em 1979, está sendo feito por engenheiro da Funalfa.
Há alguns meses, em entrevista à Tribuna, o coronel informou que a proposta de recuperação, com consultoria da Oscip Permear, havia sido aprovada para captação pela Lei Rouanet. Como o Exército possuía oito projetos, em âmbito nacional, ativos no portal do Ministério da Cultura (MinC), e a posterior súmula 14 da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC) limitou esse número em cinco, a aprovação não foi publicada. Entretanto, de acordo com Marrafão, as prioridades do Exército foram reestudadas, e a Fazenda Ribeirão das Rosas deve retornar à lista de propostas a serem analisadas pelo MinC. No total, o projeto prevê a necessidade de R$ 3 milhões para a recuperação do prédio e a instalação do Centro de Educação Ambiental para formar assessores especializados. O sobrado foi inaugurado em 1751, sendo a segunda construção mais antiga da cidade.
Também situada no Bairro Santa Terezinha, a capela de mesmo nome, edificada por iniciativa de policiais militares em 1927, passa por uma situação delicada. Conforme o diretor da Dipac, Paulo Gawryszewski, vidros quebrados, pinturas degradadas, trincas no forro e a presença de cupins são alguns dos problemas do templo de pequenas dimensões, que impressiona pelas pinturas com técnicas de molde e pelos murais contendo figuras simbólicas e de santos. "Cabe à Polícia Militar buscar parcerias para recuperar o bem, caso não tenha condições de levantar os recursos", afirma Paulo, acrescentando que a proprietária já foi notificada. O diretor comenta ainda que somente em última instância, como no caso da Vila Iracema (Rua Espírito Santo 651), os processos atingem vias judiciais. "A tendência é acompanhar cada caso, conscientizando os responsáveis sobre a importância do prédio histórico."
Atualmente, o Comppac está analisando a proposta de tombamento da casa de número 936 na Rua Benjamin Constant. De acordo com Paulo, após o levantamento de informações, foi feita a notificação aos proprietários e herdeiros, que têm até o meio de junho para impugnar a proposta. "A partir das argumentações, o Comppac decide pelo tombamento ou não", encerra.
Capela de Santa Terezinha em risco
Também situada no Bairro Santa Terezinha, a capela de mesmo nome, edificada por iniciativa de policiais militares em 1927, passa por uma situação delicada. Conforme o diretor da Dipac, Paulo Gawryszewski, vidros quebrados, pinturas degradadas, trincas no forro e a presença de cupins são alguns dos problemas do templo de pequenas dimensões, que impressiona pelas pinturas com técnicas de molde e pelos murais contendo figuras simbólicas e de santos. "Cabe à Polícia Militar buscar parcerias para recuperar o bem, caso não tenha condições de levantar os recursos", afirma Paulo, acrescentando que a proprietária já foi notificada. O diretor comenta ainda que somente em última instância, como no caso da Vila Iracema (Rua Espírito Santo 651), os processos atingem vias judiciais. "A tendência é acompanhar cada caso, conscientizando os responsáveis sobre a importância do prédio histórico."
Atualmente, o Comppac está analisando a proposta de tombamento da casa de número 936 na Rua Benjamin Constant. De acordo com Paulo, após o levantamento de informações, foi feita a notificação aos proprietários e herdeiros, que têm até o meio de junho para impugnar a proposta. "A partir das argumentações, o Comppac decide pelo tombamento ou não", encerra.
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