sexta-feira, 29 de junho de 2012

GOLPE DO EDREDOM EM JUIZ DE FORA


A Polícia Civil investiga um grupo que teria chegado à cidade, há cerca de um mês, e estaria aplicando golpes, durante a comercialização de produtos para casa, principalmente edredons e panelas. A suspeita é de que, nas compras com cartão de crédito, o bando passava um preço diferente do combinado com o cliente, geralmente com valores bem superiores aos da mercadoria vendida. Segundo a investigação coordenada pela 3ª Delegacia, a quadrilha agia em toda a cidade, predominantemente, nas áreas periféricas, enganando pessoas menos instruídas. 
O número de vítimas apurado até agora varia entre 300 e 500, mas a polícia espera que mais pessoas procurem a delegacia para fazer novas denúncias após a divulgação da fraude. Depois de dez dias de apuração, nesta quinta-feira (28) foram flagrados 11 homens e uma mulher, em uma pousada, em Benfica, na Zona Norte, suspeitos de envolvimento no esquema.
 Eles atuariam em dez caminhonetes de luxo, dos modelos Nissan Frontier e Toyota Hilux, e em uma Fiat Strada, que foram apreendidas. O valor de todos os veículos juntos chegaria a R$ 1,2 milhão. Também foram recolhidas mercadorias, cuja quantia não havia sido contabilizada pelos policiais. Entre os extratos das transações, foram encontrados comprovantes de pagamentos nos valores de R$ 1.400, R$ 2.400 e até R$ 3.600, sendo que o edredom mais caro era vendido por R$ 140.
"Os integrantes da quadrilha abordavam os clientes e, na hora de efetuar o pagamento no cartão de crédito, era passado um valor superior ao preço da mercadoria. Em outras operações, eles alegavam que a operadora não havia aceitado a transação, como forma de fazer novas tentativas, efetuando diversos pagamentos com o mesmo cartão", explica a delegada Sheila Oliveira, responsável pelo flagrante, acrescentado que os suspeitos armavam uma situação para confundir as vítimas, a fim de ter o pagamento concretizado.
O grupo teria chamado a atenção porque andaria em comboio pelas ruas para negociar os materiais. Os automóveis têm placas de diferentes municípios dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, como Campinas (SP), Betim e Nova Friburgo (RJ). Cada um deles estaria equipado com uma máquina de cartão de crédito. Os envolvidos foram conduzidos para a Delegacia de Santa Terezinha, onde, até o fim desta edição, prestavam esclarecimentos. 
A delegada Sheila afirmou que eles poderiam responder por formação de quadrilha e estelionato, além de crimes na área fiscal, que serão apurados pela Receita Estadual. A ação, que contou com 20 investigadores da 1ª Delegacia Regional, foi batizada como "Operação Romani", porque, conforme os policiais, os detidos falavam entre si o dialeto usado pelos ciganos.
Algumas prováveis vítimas já teriam comparecido à delegacia para prestar depoimento. O grupo investigado, que agiria em todo o país, ainda teria parte dos materiais estocada em galpão, na Zona Norte. Conforme o investigador Rogério Marinho, a respeito dos automóveis, não foram encontrados indícios de furtos. A polícia descobriu apenas a existência de multas facultadas a eles em diversos estados.

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