sexta-feira, 15 de junho de 2012

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vem hoje a Juiz de Fora



A Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vem hoje a Juiz de Fora para dar prosseguimento à investigação das atividades de caça-níqueis e jogo do bicho no estado. Os deputados pretendem apurar denúncias de que policiais civis e militares estariam envolvidos no crime organizado no município. O deputado Durval Ângelo (PT) não descartou o envolvimento também de empreiteiros e agentes públicos da administração municipal nas atividades criminosas. Os trabalhos dos integrantes da comissão devem se restringir hoje ao recolhimento de depoimentos na Delegacia de Polícia Federal (PF). "Queremos colher os depoimentos de duas pessoas, não policias, que podem trazer mais detalhes", revelou o deputado Sargento Rodrigues (PDT). No último mês, seis policiais militares - dois capitães e um sargento - foram ouvidos na condição de testemunhas, e dois cabos e um sargento, como investigados. Todos lotados em Juiz de Fora.
Na avaliação do deputado, os números da contravenção no município são impressionantes. Atualmente, segundo ele, existiriam entre 700 e mil máquinas de caça-níqueis operando no município, que renderiam até R$ 500 mil por dia. Assim, o faturamento mensal dos criminosos poderia chegar a R$ 15 milhões. "Nos últimos quatro anos, a PM apreendeu quatro mil caça-níqueis em Juiz de Fora. Proporcionalmente, o número é maior do que o montante apreendido em todo Estado do Rio de Janeiro. Numericamente, é maior que Belo Horizonte, onde três mil máquinas foram apreendidas no mesmo período." Para ele, tamanho aparato sugere participação de servidores do estado. "A comissão não tem dúvidas sobre o envolvimento de policiais militares e civis no esquema, assim como o recebimento de propina. Todos os ouvidos na condição de investigados negaram participação. Em compensação, as testemunhas confirmaram várias partes dos depoimentos iniciais, que revelaram o esquema."
Sargento Rodrigues não descarta ainda ligações entre a organização criminosa investigada em Juiz de Fora e o empresário e contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, investigado em CPI Mista do Congresso por suas relações com agentes públicos e privados.

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