A greve dos transportadores de combustíveis entra no segundo dia e afeta a oferta e a procura pelo produto em alguns postos em São Paulo. Segundo a entidade que representa todos os postos na capital, nenhum estabelecimento recebeu combustíveis na segunda-feira (2). "Certamente haverá uma corrida dos consumidores aos postos e os estoques irão durar, na melhor das hipóteses, até a próxima quarta-feira (7)".
Foto: AE
Fila para abastecimento em posto na avenida Salim Farah Maluf, na zona leste da capital paulista
Congestionamentos: Motoristas enfrentam dia complicado no trânsito de São Paulo
A previsão foi divulgada em nota pelo sindicato e enviada ao prefeito Gilberto Kassab, nesta terça-feira. O documento, assinado pelo presidente da entidade José Paiva Gouveia, pede que a prefeitura abra as negociações com os envolvidos na paralisação para evitar "um colapso no abastecimento". Ontem, no primeiro dia da greve, nenhum caminhão saiu das três principais distribuidoras da capital - no Ipiranga, zona sul, Guarulhos e Barueri.
O ponto de discussão abordado pelo sindicato é a restrição aos caminhões, que passou a ser fiscalizada ontem pela Companhia de Engenharia e Tráfego (CET). "Até que se encontre uma solução para o problema, que seja permitida a circulação, pela Margina Tietê, dos caminhões tanques que abastecem os postos da capital".
Nesta manhã, postos na região da Marginal Tietê, no bairro Vila Maria, foram vistos fechados devido a falta de combustíveis. Funcionários colocaram bloqueios ao lado das bombas para sinalizar a falta do produto para os clientes. Em postos em que há combustível, o medo do desabastecimento fez motoristas formarem filas durante o dia. Em alguns deles, como em estabelecimentos na avenida Washington Luís e na avenida Professor Vicente Rao, na zona sul de São Paulo, o valor da gasolina oferecida aumentou em R$ 0,10 por conta da alta procura, de R$ 2,49 para R$ 2,59.
Foto: HÉLVIO ROMERO/AGÊNCIA ESTADO/AE
Posto Shell na Vila Maria, zona norte, foi fechado nesta manhã devido a falta de abastecimento
Paralisação
Na segunda-feira, ao confirmar o início da paralisação, o presidente do Sindicato dos Transportadores de Cargas Líquidas e Corrosivas do Estado de São Paulo, Bernabé Gastão, confirmou a possibilidade de uma greve nacional. "Se caso o governo não se manifestar, outros cerca de 20 sindicatos do País já confirmaram a adesão à paralisação".
Gastão disse ainda que não há previsão do retorno ao trabalho e que, a partir do segundo dia da interrupção da entrega dos combustíveis, os postos de combustíveis começariam a sentir o reflexo da paralisação e a apresentariam falta de combustível. Só na capital paulista cerca de 54 mil veículos estão cadastrados.
"Desde dezembro do ano passado, o Sindicato dos Transportadores de Rodoviários de Autônomos de Bens do Estado de São Paulo (Sindicam-SP) vem pedindo uma audiência com prefeito Gilberto Kassab e o secretário de transporte para encontrar uma solução e em nenhum momento eles responderam", explica Gastão.
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