Regresso às minhas reflexões para, desta feita, compartilhar um pouco de minha percepção sobre a imprescindível contribuição que as instituições militares brasileiras têm proporcionado ao País, extrapolando a tradicional e sistemática preparação para o exercício da guerra.
Forças armadas, em qualquer lugar do mundo, são instituições prestadoras de serviço e entendem que, por serem fiadoras das atividades de Segurança e de Defesa nos Estados organizados, há nobreza em seus ofícios.
Por outro lado, proporcionar Segurança e defender patrimônios são apenas duas das tarefas que compõem a pauta de ocupações dessas Forças. As demais decorrem das prioridades e dos interesses estabelecidos pelas sociedades.
Na realidade brasileira, dada a efetiva participação do estamento armado na consolidação do País como Estado-Nação, percebe-se que há um legado cooperativo de nossas Forças Armadas na prestação de serviços, imprimindo a digital militar ao desenvolvimento e ao fortalecimento da Nação de maior destaque político-econômico no cenário latino-americano.
Os brasileiros (e o mundo) vêm acompanhando o desenrolar da crise conjuntural do Brasil e, da análise desse ambiente, constata-se que a participação militar nesse contexto tem sido caracterizada pela estrita observância dos princípios que orientam a práxis castrense, potencializando o que é legal, estável e legítimo, e ofertando às instituições republicanas as melhores condições ao saudável exercício de suas atribuições, na busca da normalidade político-social.
No diapasão do apoio ao desenvolvimento nacional, um observador mais atento perceberá o Exército, por exemplo, cooperando para o avanço das obras que permitirão a transposição das águas do São Francisco, na expansão de nossa malha viária em cerca de trinta e três mil quilômetros e na ampliação do patrimônio público em quase setenta e duas mil obras de arte.
Nessa linha, podemos elencar, também, a contribuição fardada na proteção ao processo eleitoral, em todo o território; o suporte oferecido nos programas de distribuição emergencial de alimentos e de água; a guarda e o depósito de material didático para concursos públicos (provas do ENEM); o lançamento de cabos de fibra ótica na Amazônia e tantas outras.
Os chamados Grandes Eventos, que nas últimas duas décadas e meia deram significativa visibilidade extrarregional ao Brasil, exigiram cooperação absoluta do nosso estamento armado que, sinergicamente associado às agências que compõem a atividade de Segurança Pública, garantiu a manutenção da integridade dos atores envolvidos e a boa reputação do País no concerto das nações.
Nos Jogos Rio 2016, a Nação assistiu, além dos soldados armados e equipados nas principais vias das cidades-sede, à resultante bastante expressiva dos atletas que integraram o Programa de Atletas de Alto Rendimento do Ministério da Defesa, obtendo para o Brasil pouco mais de sessenta por cento das medalhas conquistadas na maior competição desportiva do Planeta.
É inegável que esses atletas proporcionaram às Forças Armadas importante e apreciável visibilidade. Ao País deram testemunho da eficácia do sistema castrense de gestão e ofereceram uma valiosa colaboração de civismo, estimulando a sociedade a repensar e a cultuar os valores que, na verdade, são de todos nós brasileiros.
O Serviço Militar, enquanto nivelador republicano por concepção, constitui outra boa sinalização desse aporte ao Brasil, em virtude do processo de construção do espírito patriótico e do aperfeiçoamento cívico proporcionados pelo ritual diário de culto às mais sagradas crenças da nacionalidade em nossas Organizações Militares.
A vigência do século das pujantes manifestações naturais, promovendo catástrofes em todos os cantos, impõe a necessidade de permanente aprestamento das forças de defesa, visando a esboçar reação e a oferecer alívio imediato ao flagelo que afeta as sociedades que lhes pagam os soldos.
No Brasil, isso não tem sido diferente, visto que, juntamente com os organismos de socorro da Defesa Civil, as Forças Armadas têm sido os primeiros instrumentos de reforço a serem empregados.
Do exposto, sou motivado a concluir que parece cada vez mais evidente que, embora devam estar preparadas para a intransigente defesa da Pátria, as Forças Armadas devem, também, refinar a capacitação para o cumprimento de tarefas diversificadas, que, na ausência de fricção, têm sido as demandas prioritárias da sociedade.
A qualidade do produto ofertado aos brasileiros será o motor do prestígio social de nossas instituições militares, aumentando a liberdade de manobra na concretização dos objetivos institucionais.
Os fatores de êxito aqui nominados impõem, a cada integrante das Forças, maior responsabilidade na conduta, na postura e na manutenção das habilidades que dão suporte à capacitação operacional, a fim de que o braço militar da nacionalidade siga emprestando acentuada contribuição e mantendo o Brasil, como sempre, Acima de Tudo!
Mostrar-se imprescindível é o desafio do momento!
http://eblog.eb.mil.br/
Boa abordagem do tema.
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