Unidos do Ladeira, Mocidade Alegre, Real Grandeza, Juventude Imperial e Partido Alto foram as primeiras escolas de samba de Juiz de Fora a anunciar que estariam fora do carnaval 2016. Elas confirmaram a ausência ainda durante a negociação sobre os desfiles, que não irão ocorrer no ano em que a apresentação oficial na cidade chega aos 50 anos.
Os presidentes das cinco agremiações destacaram ao G1 que a redução da verba foi o principal fator que motivou a decisão. Eles ressaltam a meta de retomar a participação em 2017 e de organizar um evento conjunto para mobilizar as comunidades, além de finalizar melhorias.
Unidos do Ladeira foi campeã em 2015
(Foto: Rafael Antunes/G1)
(Foto: Rafael Antunes/G1)
A Prefeitura informou que, antes mesmo do início das negociações, já tinha sinalizado para as escolas as dificuldades financeiras. Já a Liga Independente das Escolas de Samba de Juiz de Fora (Liesjuf) esclareceu que, se os desfiles forem retomados em 2017, os grupos serão mantidos.
Unidos do Ladeira
A tetracampeã do carnaval de Juiz de Fora não desfila em 2016. “Há anos, a verba não aumenta nem um centavo. Com os R$ 64 mil liberados em 2015 já não cobrimos nossos gastos, que superaram R$ 220 mil mesmo com as medidas que tomamos para economizar, como o reaproveitamento de alegorias. Com previsão de R$ 22 mil é inviável”, disse o presidente do Unidos do Ladeira, Marcos Valério Mendes.
A tetracampeã do carnaval de Juiz de Fora não desfila em 2016. “Há anos, a verba não aumenta nem um centavo. Com os R$ 64 mil liberados em 2015 já não cobrimos nossos gastos, que superaram R$ 220 mil mesmo com as medidas que tomamos para economizar, como o reaproveitamento de alegorias. Com previsão de R$ 22 mil é inviável”, disse o presidente do Unidos do Ladeira, Marcos Valério Mendes.
Segundo ele, as pessoas confundem os gastos gerais com o que as escolas recebem. "Há quem pense que a gente recebeu os R$ 2 milhões investidos pela Prefeitura, mas as agremiações recebem uma parte, que foi reduzida. Os blocos e eventos se tornaram prioridades deles sob a alegação de que reúnem 60 mil pessoas e as escolas ficam com 12 mil. O que a gente quer é que cada um, Prefeitura e escolas, faça a sua parte para manter a festa, que é cultura e que é diversão para a população, especialmente a mais pobre”, avaliou.
O fato de estar sem desfile não significa que não haverá eventos. As cinco escolas pretendem unir forças, como explica Marcos Valério Mendes. “Estamos discutindo com os presidentes as possibilidades para realizar eventos paralelos, sem ser ligado ao carnaval oficial. Vamos demonstrar que as escolas de samba têm público. E, em 2017, esperamos também a reavaliação do quadro, mas a primeira expectativa é de voltar”, afirmou.
Mocidade Alegre
O presidente da campeã do grupo B, Mocidade Alegre, Marcos Tadeu Soares, explicou que a decisão de não desfilar foi uma postura abraçada pela comunidade. “A nossa escola surgiu como bloco e chegou onde está com muito esforço. Não vamos perder tudo que construímos, nem o trabalho nem a imagem da escola. Avaliamos que não havia condição de participar no formato apresentado”, explicou.
O presidente da campeã do grupo B, Mocidade Alegre, Marcos Tadeu Soares, explicou que a decisão de não desfilar foi uma postura abraçada pela comunidade. “A nossa escola surgiu como bloco e chegou onde está com muito esforço. Não vamos perder tudo que construímos, nem o trabalho nem a imagem da escola. Avaliamos que não havia condição de participar no formato apresentado”, explicou.
Ele considera importante a iniciativa do evento conjunto e espera que a situação seja normalizada daqui a dois anos. “A meta é reunir nossos componentes, uma forma de manter a chama do carnaval acesa e fortalecer o vínculo deles com as agremiações. A promessa é de retornar os desfiles em 2017”, contou.
Real Grandeza
Diante do anúncio do corte de 50% de verbas, em julho, a escola Real Grandeza avisou que estaria fora do carnaval. De acordo com o presidente Luiz Carlos Masson, a verba está congelada há cinco anos. "Neste ano investimos mais de R$ 120 mil na apresentação, inclusive com dinheiro do próprio bolso. Com R$ 22 mil não dá para colocar a escola na rua. A estimativa de gastos apenas com mão de obra é de R$ 39 mil. A gente escolhe um tema e trabalha nele de coração. Temos que ter responsabilidade”, explicou.
Diante do anúncio do corte de 50% de verbas, em julho, a escola Real Grandeza avisou que estaria fora do carnaval. De acordo com o presidente Luiz Carlos Masson, a verba está congelada há cinco anos. "Neste ano investimos mais de R$ 120 mil na apresentação, inclusive com dinheiro do próprio bolso. Com R$ 22 mil não dá para colocar a escola na rua. A estimativa de gastos apenas com mão de obra é de R$ 39 mil. A gente escolhe um tema e trabalha nele de coração. Temos que ter responsabilidade”, explicou.
Também esperançoso de ver a escola voltar em 2017, Masson destacou o que será feito até lá. “Estamos em processo para regularizar a quadra e conseguir a liberação dos Corpo de Bombeiros. Esperamos resolver isso até dezembro”, garantiu.
Juventude Imperial
Em relação à escola que congrega bairros da região Sudeste de Juiz de Fora, o presidente David Chaves considerou que a decisão de não desfilar foi em prol do carnaval. “A gente entende a dificuldade do país e da nossa cidade neste período de crise. A Prefeitura ressaltou que não tem condições de repassar a verba habitual. No entanto, com R$ 22 mil não dá. Achamos por bem parar por um ano, ver o que pode ser feito, reavaliar o carnaval da cidade”, comentou.
Em relação à escola que congrega bairros da região Sudeste de Juiz de Fora, o presidente David Chaves considerou que a decisão de não desfilar foi em prol do carnaval. “A gente entende a dificuldade do país e da nossa cidade neste período de crise. A Prefeitura ressaltou que não tem condições de repassar a verba habitual. No entanto, com R$ 22 mil não dá. Achamos por bem parar por um ano, ver o que pode ser feito, reavaliar o carnaval da cidade”, comentou.
A escola também está em processo de regularização da quadra e aguarda a liberação para ampliar o número de eventos no local. “Está sendo um sacrifício muito grande. Ainda faltam detalhes caros, estamos buscando os recursos para finalizar as obras. Com a regularização da quadra, teremos opções para complementar nossa renda. A verba da Prefeitura não chega à metade do que gastamos”, afirmou David Chaves.
Partido Alto
Para a verde e rosa que tem quadra na Avenida Brasil, onde tradicionalmente é montada a Passarela do Samba, a proposta financeira foi o elemento mais dificultador. "Nosso gasto supera a quantia disponibilizada pela Prefeitura. Para fazer feio, melhor não fazer”, disse o presidente Sebastião Giron.
Para a verde e rosa que tem quadra na Avenida Brasil, onde tradicionalmente é montada a Passarela do Samba, a proposta financeira foi o elemento mais dificultador. "Nosso gasto supera a quantia disponibilizada pela Prefeitura. Para fazer feio, melhor não fazer”, disse o presidente Sebastião Giron.
Ele confirmou que está acompanhando as conversas para a organização do evento conjunto e lamentou a redução dos desfiles justo em um ano emblemático. “Na comemoração dos 50 anos dos desfiles oficiais, deveríamos ter a obrigação de crescer as escolas e o carnaval, não diminuir. Já passamos por outras situações ruins neste período e sabemos que só um esforço de todos pode ajudar a superar. Agora é trabalhar em prol de um carnaval melhor em 2017”, resumiu.
http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2015/09/sem-desfile-escolas-de-samba-de-juiz-de-fora-planejam-melhorias-e-evento.html
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