Presa por planejar crime, mulher de coronel do DF lamentou morte na web.
Militar foi levado por grupo no próprio carro e executado com tiro no rosto.
Casal estava em processo de separação; oito pessoas foram presas.
Presa após ser apontada pela Polícia Civil do Distrito Federal como mandante da morte do coronel do Exército Sérgio Murilo Cerqueira, a mulher dele postou mensagens em uma rede social se dizendo de luto horas após o crime. O casal foi abordado por quatro criminosos na última sexta-feira (15) quando chegava na casa de amigos na 208 Norte. O grupo abandonou Cristiana no local, mas seguiu com o militar até a zona rural de São Sebastião e o executou com um tiro na cabeça.
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Uma das publicações traz uma imagem com fundo preto e o texto "luto, saudades sem fim". Na outra a viúva comunica a morte, agradece as ligações, mensagens e orações e pede desculpas por não poder responder. "Peço que orem por ele para que seja carinhosamente acolhido pelos braços do Pai maior", escreveu. Ela foi transferida para a Penitenciária Feminina, no Gama, no domingo.
O casal tem uma filha de 13 anos e, de acordo com as investigações, estava em processo de separação. O diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba, afirmou que a suspeita é de que Cristiana tenha ficado insatisfeita com a pensão alimentícia que receberia – R$ 2 mil – e planejou o crime, junto com a irmã, para receber a pensão por morte do militar, de R$ 10 mil. A hipótese de latrocínio foi descartada.
Oito pessoas foram presas por envolvimento com o crime: a viúva e uma cunhada de Cerqueira, os três homens e a mulher que suspeitos de tê-lo abordado e executado e os dois jovens que foram flagrados em uma festa, horas depois da execução, com o carro dele. Um dos rapazes já havia sido detido há 15 dias por suspeita de roubo a comércio, mas foi liberado da delegacia porque a vítima não quis registrar ocorrência.
O corpo do coronel foi encontrado pela Polícia Militar às 3h de sábado com um tiro na nuca no Núcleo Rural Aguilhada, em São Sebastião, região administrativa a 26 quilômetros de distância do local da abordagem. Um major do Exército acompanhou a equipe e reconheceu a vítima. A Polícia Civil apreendeu no domingo a arma usada no crime, um revólver calibre 38.
Em nota, o Exército informou que transportaria o corpo ainda no sábado para o Rio de Janeiro, onde foi sepultado. A corporação disse, ainda, que está prestado "todo o apoio à família do militar e cooperando com as investigações das polícias Civil e Militar do Distrito Federal".
Entenda o caso
A hipótese inicial da polícia era de sequestro seguido de homicídio. O coronel e a mulher dele foram abordados por quatro pessoas quando chegavam de carro a um prédio da 208 Norte. A mulher foi deixada no local, mas os criminosos mantiveram-no refém dentro do automóvel.
A equipe da PM achou o carro da vítima ao lado de uma casa, onde havia uma festa. Os policias esperaram a dupla deixar a comemoração para deter os suspeitos. Um adolescente de 17 anos e um adulto suspeitos de envolvimento no crime foram detidos pouco depois. Eles foram autuados por receptação.
De acordo com a polícia, os homens tentaram fugir e houve perseguição. "Eles entraram em uma festa logo depois de cometer o crime, e a PM fez uma campana esperando os dois saírem. Daí eles saíram, e a gente conseguiu prender depois de uma perseguição, porque eles se evadiram. E a frieza impressionou os policiais, por eles terem acabado de cometer um homicídio e irem se divertir em uma festa", disse o capitão Michello Bueno.
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