sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Morador conta como encontrou corpo de jovem morto próximo a casa noturna em Juiz de Fora

Porteiro de 32 anos pode ser peça fundamental nas investigações
POR RENATA BRUM
Anderson mostra o local onde começou a busca pelo jovem Matheus na última segunda-feira
Anderson mostra o local onde começou a busca pelo jovem Matheus na última segunda-feira
Um porteiro, de 32 anos, pode ser uma peça fundamental para desvendar o quebra-cabeças do caso do jovem Matheus Goldoni Ribeiro, 18 anos, achado morto no final da manhã de segunda-feira, nas águas da cachoeira do Vale do Ipê, entre a região central e a Cidade Alta. Desconhecido da família, Anderson Moreira da Silva, que é morador das imediações, foi quem localizou o corpo do jovem na queda d’água, em meio à vegetação vizinha à casa noturna Privilège. Acostumado a brincar e frequentar a mata quando criança e sensibilizado com a dor da família, ele decidiu ajudar a encontrar o garoto. Em entrevista exclusiva à Tribuna, ele narrou o passo a passo até avistar Matheus, sem vida, de bruços dentro do curso d’água.
Tribuna – O que o levou a procurar na mata uma pessoa que não conhecia?
Anderson Moreira da Silva – Passei por lá, indo trabalhar e vi a aflição da família em busca de uma resposta para o que havia acontecido e realizando a manifestação para que os Bombeiros recomeçassem as buscas. Conversei com o pai e falei: Vou em casa trocar de roupa e volto. Vou achar seu filho.
- Como foram as buscas?
- Conheço bem a mata, pois moro perto e costumava brincar de caçar no local. É uma área muito íngreme e de mata fechada em alguns trechos. Vi que os Bombeiros tinham direcionado as buscas mais para próximo da casa noturna e do condomínio. Decidi ir para o outro lado. A mata em cima estava muito revirada porque haviam feito buscas no domingo. Decidi descer mais, onde a vegetação ainda estava preservada, no sentido da cachoeira. Avistei uma marca típica de escorregamento num barranco e desci atrás, segurando nos bambus. Saí próximo às pedras e vi uma mancha escura, preta em meio à espuma de poluição da cachoeira. Peguei um bambu e mexi. Era a camisa dele, levantei e vi a cabeça e o cordão. Deixei como estava, mas como eu estava sozinho, longe de todos, não sabia o que fazer. Fiquei sentado olhando e tive a ideia de ligar para o 190, dando minha localização. Cheguei a fazer uma fogueira para sinalizar, mas fiquei uma meia hora, 40 minutos esperando. Foi então que vi um rapaz do outro lado da cachoeira, gritei, mas ele não me ouviu por conta do barulho da queda. Depois de um tempo, ele me avistou e o ajudei a atravessar. Ele me contou que era um dos tios do jovem. Foram chegando outros familiares, um primo e um irmão, parece. Depois a polícia, a perícia, e então os bombeiros.
- O local fica distante da casa noturna? Havia algum sinal de violência?
- É bem longe da casa noturna e um local de mata fechada. O corpo não tinha sinais de violência, só escoriações na face. E no lugar onde o achei, a mata estava preservada. Aparentemente, parecia que só uma pessoa havia estado ali, como a marca de escorregão ou pisões de que falei.
http://www.tribunademinas.com.br/morador-conta-como-encontrou-corpo-de-jovem/

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