Três meses são um tempo curto demais para uma guerra e longo demais para uma batalha. Foi nesse cenário adverso que o gonçalense José Alberto da Costa Abreu, de 61 anos, manobrou suas forças em um conflito de tudo ou nada, praticamente na baioneta, na linguagem militar, ou no corpo-a-corpo, na gíria eleitoral. De julho a outubro, ele lutou o bom combate da democracia, como candidato a vice-governador na chapa de Marcelo Crivella (PRB). Levou à campanha todo o seu prestígio como general de Divisão do Exército Brasileiro.
Apesar do resultado das urnas, sua doutrina das Forças Armadas, segundo afirma, o impede de declarar-se derrotado e, como revelou com exclusividade a O SÃO GONÇALO, não vai abandonar a política. Espera apenas as orientações do partido para definir a próxima missão.
O General Abreu, como ficou conhecido, é um homem simples, de sorriso sincero e gestos generosos. Mas traz sobre os ombros as insígnias do comando da maior unidade bélica do Hemisfério Sul, a 1ª Divisão do Exército, também conhecida como Divisão Mascarenhas de Morais. Tinha sob suas ordens, antes de se reformar, 22 mil homens, distribuídos em 51 organizações militares. Coordenou as operações de segurança em três grandes eventos: a Rio + 20, em 2012; a Copa das Confederações, em 2013; e a Jornada Mundial da Juventude, também no ano passado. Suas credenciais lhe garantiram as atenções de Crivella.
“Crivella foi tenente do Exército. Ele conhece a corporação e queria um general para vice”, afirma Abreu.
O general viu na candidatura uma oportunidade de colocar em prática suas ideias sobre segurança pública, mas ele também defende uma maior participação dos militares na política.
“Nós, militares, temos que aumentar nossa representação política. Não pretendo me afastar. Espero apenas uma definição do partido. A política é mais complicada que a área de Defesa, mas ambas são motivantes”, afirmou ele.
Criação de um segundo Bope
O general Costa Abreu nasceu em uma casa na Rua Coronel Amarantes, em Venda da Cruz, São Gonçalo. Seu pai, João de Abreu, lutou pela Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial e participou da tomada de Monte Castelo, na Itália.
É casado com Sônia Cristina Aboud Abreu, filha do ex-presidente da Câmara de Vereadores, Ely Aboud, que morreu no dia em que o genro foi oficializado como vice na chapa de Crivella, em 4 de julho deste ano.
Se Crivella tivesse sido eleito, Abreu estaria à frente da Segurança Pública do Estado e um de seus projetos seria a criação do 2º Batalhão de Operações Especiais (II Bope), que funcionaria em um Centro de Operações Especiais da PM.
O general Abreu também acredita que militares, principalmente do Exército e fuzileiros navais, treinados em combate, poderiam servir à Polícia Militar, quando se desligassem das Forças Armadas.
“Há um desperdício de pessoal qualificado”, avalia o general.
http://www.osaogoncalo.com.br/site/pol%C3%ADtica/2014/11/2/66035/%E2%80%98general%E2%80%99+de+crivella+continuar%C3%A1+na+pol%C3%ADtica
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