Quinze réus da operação “Athos”, deflagrada pela Polícia Federal em de 10 de junho para capturar organização criminosa sediada em Juiz de Fora ligada a esquema milionário de tráfico internacional de drogas e armas, estão na cidade para a série de oitivas iniciada nesta terça-feira (28) pela Justiça Federal. De acordo com a direção administrativa do órgão, apesar de não haver previsão para o término dos trabalhos, a expectativa é de que a audiência de instrução criminal seja feita ao longo de três semanas já que, além dos réus, estão sendo ouvidas mais de 60 testemunhas de acusação e defesa. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados, mas a Justiça Federal afirmou que o juiz Amaury de Lima e Souza, acusado de vender sentenças para beneficiar traficantes, não está entre esses réus, porque o processo dele havia sido desmembrado, ficando sob responsabilidade da Justiça Federal de Belo Horizonte.
Ainda conforme a direção, a audiência está sendo presidida por um colegiado formado por três juízes federais atuantes na cidade, instituído com base na Lei 12.694/2014, que dispõe sobre o julgamento de crimes praticados por organizações criminosas. Os nomes dos juízes não foram divulgados, e as sessões não são abertas ao público porque “o processo corre sob segredo de Justiça, em razão da existência de conteúdo sigiloso”.
Segundo a diretora administrativa, Geovana Fernandes, as testemunhas arroladas pela acusação são as primeiras a serem ouvidas, seguidas pelas de defesa e pelos réus. As oitivas acontecem das 9h às 20h, com intervalos para alimentação e descanso. De acordo com ela, após o término da audiência ainda há prazo para a sentença, que não é emitida imediatamente.
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Como os detentos estão acautelados em unidades prisionais da capital e região Metropolitana, a maioria deles na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, eles chegaram a Juiz de Fora nesta manhã em vans do Comando de Operações Especiais (Cope) do sistema prisional. O grupo deverá pernoitar na Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, no Linhares, Zona Leste, e não poderá ter contato com familiares no período. Na sede da Justiça Federal eles permanecem em uma carceragem enquanto não são ouvidos, e a segurança está sendo feita por cerca de 15 policiais federais. Já na parte externa, a Polícia Militar está dando apoio, enquanto a Settra auxilia no trânsito e estacionamento. Pela manhã, já foi possível perceber a movimentação de advogados no prédio da Justiça Federal.
As investigações da operação “Athos” resultaram no cumprimento de 22 mandados de prisão preventiva e 38 de busca e apreensão e, no início de setembro, a organização criminosa foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF). Das 22 pessoas denunciadas por associação para o tráfico internacional de drogas, adquiridas no Paraguai, Bolívia e Peru, e também por associação para o financiamento ao tráfico, 13 tinham residência em Juiz de Fora, cidade sede do grupo. Com estrutura ramificada e complexa, voltada para o tráfico internacional de drogas e armas, a organização atuava em vários estados brasileiros.
http://www.tribunademinas.com.br/justica-federal-inicia-audiencia-da-operacao-athos-com-15-reus/
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