07 de Fevereiro de 2014 - 21:10
Por Tribuna
"A estrutura fica devendo." Com essa frase, o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Geraldo Ferreira, iniciou sua avaliação sobre a situação atual do Hospital de Pronto Socorro (HPS). Acompanhado de uma comitiva formada por representantes de sindicatos médicos de vários estados brasileiros, Ferreira visitou a unidade na tarde desta sexta-feira (7) em companhia do representante local da categoria, Gilson Salomão. Entre os gargalos observados, o sindicalista destacou a falta de profissionais, além de considerar o número de leitos disponibilizados pelo HPS como insuficiente para atender à demanda dos usuários locais.
"Esse hospital tem clínico, cirurgião, ortopedista, anestesistas e psiquiatras, e a maioria das escalas estão incompletas. Isso é muito ruim para a população, que tem aqui a porta de entrada de suas maiores dificuldades. A falta de recursos humanos é um problema que detectamos de imediato. Há também a questão dos leitos, com paciente em observação esperando vagas de UTI. Chegamos a ver mais de dez pessoas aguardando. Este é um grande problema no país, e, aqui, a situação também é grave."
Apesar de admitir que as dificuldades com recursos humanos e com relação ao número de leitos oferecidos são problemas recorrentes em todo o Brasil, o presidente da Fenam observou situações específicas do HPS, as quais considerou problemáticas e prejudiciais aos usuários. "Uma delas é que esta unidade que funciona também como hospital de custódia, para presos. Tivemos a notícia que chegam a ter até 30 presos vigiados por policiais. Uma situação que não é adequada."
Secretário de Saúde, José Laerte Barbosa afirmou que as ponderações da Fenam fazem parte de diagnósticos feitos pela Prefeitura, que já trabalham ações para sanar os gargalos. "A escala incompleta é uma realidade. Temos consciência disso desde o ano passado, quando fizemos um decreto para melhorar a questão salarial destes profissionais. A dificuldade maior diz respeito aos ortopedistas, o que também acontece em outras unidades. Trata-se de um problema de difícil solução por uma questão de mercado e a baixa oferta de mão de obra qualificada. Estamos preparando uma nova revisão salarial para atrair estes profissionais."
Sobre a questão dos leitos, José Laerte afirma que o problema será reduzido com a implantação da rede de urgência e emergência, que será inaugurada neste sábado pelo governador Antonio Anastasia. "Serão disponibilizados mais cem leitos no Hospital Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ). Em agosto, também deverão ser inaugurados mais 200 leitos no Hospital Universitário que também atenderão usuários do SUS." Segundo a Secretaria de Saúde, as dificuldades serão sanadas de forma efetiva com a inauguração do Hospital Regional, prevista para o ano que vem. A unidade terá 240 leitos, o dobro do disponibilizado atualmente pelo HPS.
Com relação ao atendimento de pacientes oriundos do sistema carcerário, o secretário concorda com a inadequação da situação. "O erro foi quando aceitaram o primeiro paciente. Isso não poderia ter acontecido. Mas, os juízes dão a sentença e o Município tem que cumprir. Estamos buscando uma solução junto ao MPE, para que interfira com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social para equacionar a situação. Esta é uma responsabilidade do Estado."
A comitiva da Fenam que visitou a cidade contou com representantes de sindicatos de estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina. À noite, o grupo participou de um debate na Sociedade de Medicina e Cirurgia.
http://www.tribunademinas.com.br/politica/fenam-situac-o-do-hps-e-critica-1.1421763
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