segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Mensaleiros foram algemados em avião da PF


Os nove condenados do mensalão transportados em avião da Polícia Federal de São Paulo e Belo Horizonte voaram até Brasília algemados. Entre eles José Dirceu, José Genoino e Marcos Valério. Acomodados em assentos rentes às janelas da aeronave, os passageiros viajaram com agentes da PF nas poltronas ao lado. Proibiram-se as conversas no interior do avião.
Signatário dos mandados de prisão, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, anotou nos documentos que os presos deveriam ser tratados com “absoluta urbanidade”, observando-se os seus direitos constitucionais. Não fez menção às algemas. Segundo notícia veiculada no programa Fantástico, da TV Globo, a PF atribuiu o uso das algemas a uma regra de segurança.
Os nove prisioneiros chegaram à Capital federal no sábado (16). Embarcados num microônibus, foram conduzidos ao complexo penitenciário da Papuda. Ali, juntaram-se aos dois condenados que se entregaram em Brasília: os ex-tesoureiros Delúbio Soares, do PT, e Jacinto Lamas, do ex-PL, hoje PR.
Como não há ala feminina na Papuda, as duas mulheres do grupo –Katia Rabelo, ex-presidente do Banco Rural; e Simone Vasconcelos, ex-funcionária de Marcos Valério—passaram a noite na superintendência da PF em Brasília.
Os homens foram divididos em duas celas, uma com cinco presos e outra com quatro. Tomam banho frio e comem com colheres de plástico. Cada xadrez tem 6 m² e está equipado com uma pia, um cano com água fria que faz as vezes de chuveiro e uma instalação metálica rente ao chão com um buraco que substitui a privada.
Só na madrugada de domingo a Vara de Execuções Penais de Brasília recebeu do STF a papelada que detalha a situação de cada preso, informando em que regime deve ser albergado, no fechado ou no semiaberto, que dá direito a sair durante o dia para trabalhar. Ainda nesta segunda, vai-se saber onde cada condenado cumprirá pena.
Os advogados reivindicam a devolução dos seus clientes aos Estados de origem, para que cumpra suas penas perto dos parentes. A pressão arterial de José Genoino, recém-saído de uma cirurgia cardíaca, subiu além da conta. Um médico particular foi acionado para prestar-lhe atendimento. Medicou-o. Seus advogados peticionaram a Barbosa para que transfira Genoino do regime semiaberto para uma prisão domiciliar. A petição deve ser deferida.

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