Foi vergonhosa e rasteira a manobra política realizada na última quarta-feira, 2 de outubro, por deputados governistas para novamente impedir a apreciação do projeto de lei 2682/07 na Comissão de Finanças e Tributação, da Câmara Federal, em Brasília.
O referido PL regulamentaria o direito da Desaposentação no Brasil, dando ao segurado a possibilidade de abrir mão da aposentadoria antiga para requerer um novo benefício que leve em consideração o tempo adicional de contribuição.
A sacanagem começou com a sinistra chegada do deputado paranaense Zeca Dirceu (PT), relator deste projeto. Ao invés de participar da sessão, o parlamentar assinou a presença no livro de ata e se evadiu sorrateiramente do local. Ele certamente notou que a Sala 4 estava repleta de aposentados da COBAP, que reivindicavam de forma democrática a aprovação do projeto em pauta.
Covardemente, o deputado baiano Afonso Florence (PT) pediu vistas do projeto, que foi negada pela maioria. Inconformado, Afonso apelou e começou a agir de má fé, usando artimanhas indignas de qualquer homem público.
"O relator assinou a presença e somente se ausentou para prejudicar os aposentados", denunciou o deputado paulista João Dado (recém-filiado ao partido Solidariedade).
O deputado Zeca Dirceu (filho do ex-ministro condenado José Dirceu) já tinha dado parecer contrário à Desaposentação, recomendando a incompatibilidade e inadequação financeiro-orçamentária do projeto. Ou seja, ele também teve a cara de pau para escrever que a desaposentadoria causaria prejuízos aos cofres públicos.
Com a fuga de Zeca Dirceu, o presidente da mesa tinha o direito de nomear outro relator para que o projeto fosse votado. Temeroso, ele afinou e não fez o que era correto e justo.
Foi solicitada a contagem dos deputados presentes na comissão. De forma estratégica os partidos ligados ao governo se evadiram do local, não dando quórum para votação.
Indignados com tamanha podridão, cerca de 60 aposentados que assistiam a reunião se revoltaram e começaram a vaiar e gritar: "PT, nunca mais você! PT, nunca mais você".
Após a confusão, foi determinado que o projeto da desaposentação fosse somente apreciado na próxima quarta-feira, 9 de outubro. Porém, caso não haja uma forte pressão dos aposentados, outras manobras maquiavélicas podem impedir a votação.
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