A Universidade Federal decidiu abrir ao público, a partir de hoje, o acervo de Dormevilly Nóbrega, referência obrigatória para quem quer saber mais sobre a história de Juiz de Fora, como comenta Vanderlei Tomaz no texto seguinte enviado à coluna:
"Durante décadas, a casa de Dormevilly Nóbrega, no Bairro de Lourdes, foi parada obrigatória de muita gente de nossa cidade. Estudantes, escritores, historiadores, professores, e até curiosos, visitavam a residência próxima ao Esporte Clube São Carlos e se deliciavam com textos, desenhos, fotografias, quadros, obras raras, diversos objetos e a boa prosa de Vivi. Não dava para saber qual era a cor da parede. Seu acervo - distribuído de uma forma que só ele localizava os assuntos - tomava todo o espaço. Com sua ausência, a cidade perdeu parte de seus encantos. Dormevilly nasceu em Três Corações, e faleceu em 2003, em Juiz de Fora, aos 81 anos.
Apaixonado pelo jornalismo, começou na Folha Mineira. Trabalhou também nos jornais Gazeta Comercial e Diário Mercantil, e na revista Marília. Exerceu atividades na imprensa de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. Nesta última conheceu a professora primária Darcylia, com quem se casou e tiveram três filhos. Como servidor público, atuou na Prefeitura e na Câmara.
Artista plástico, formado pela Sociedade de Belas Artes Antônio Parreiras. Membro-fundador da Academia de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico, publicou diversos livros, entre poesias, ensaios, biografias, crônicas e coletâneas.
Sua dedicação à preservação da memória da cidade rendeu-lhe os títulos de Cidadão Honorário, a Medalha do Mérito Comendador Henrique Halfeld e a Medalha do Sesquicentenário de JF.
Iniciado aos 13 anos de idade, o acervo organizado por ele é uma das mais importantes coleções formadas sobre assuntos mineiros e, em especial, sobre nossa cidade. Pinturas, esculturas, e mais de vinte mil títulos, entre livros, almanaques, revistas, fotografias, coleções completas de jornais, e outros documentos, pacientemente acumulados ao longo de sua vida.
A obra de Dormevilly foi e continuará sendo uma referência para muitas gerações de pesquisadores. Não se saberá nada sobre a cidade, sem antes dar uma passada por seus escritos.
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