Com a manutenção da atual política de reajustes das aposentadorias e pensões, quem sai do mercado de trabalho hoje recebendo o teto de R$ 4.159, pouco menos de seis salários mínimos, pode preparar o bolso para perder 30% do rendimento em 10 anos, ou seja, estará recebendo perto de quatro salários mínimos em 2023.
Já em 20 anos, quem recebia o mesmo teto quando saiu da ativa pode se programar para viver com dois mínimos. Os cálculos da Confederação Nacional dos Aposentados e Pensionistas mostram ainda que quem se aposentou em 1991 com seis salários mínimos hoje recebe pouco mais de dois, ou seja, ganha R$ 2.083,70 a menos por mês. Isso porque as aposentadorias nem de longe acompanham a política de valorização do salário mínimo.
Para a dona de casa, Juraci Torres de Oliveira, 58, que administra a aposentadoria do esposo Pedro Serafim de Oliveira, 76, vítima de AVC, o reajuste é uma vergonha. “Prefiro nem fazer o cálculo, para não ficar ainda mais nervosa. Toda aposentadoria é revertida em remédio e mais nada”, disse.
Segundo ela, quando o marido se aposentou, em 1985, recebia em média seis salários mínimos. Hoje, não chega a três. “Cada vez fica pior”, criticou.
A mesma realidade vive o aposentado Pedro Garcia Meza, 69. Pagou o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) sobre nove salários mínimos. Hoje recebe sobre dois. Na tentativa de recuperar as perdas, entrou com uma ação judicial.
“Entra governo, sai governo, e a situação do aposentado só piora. É uma pouca vergonha. Tudo que ganho vai em remédio e alimento. Se precisar fazer alguma coisa extra, já fico devendo”, afirmou.
REAJUSTE
Mais uma vez o índice de reajuste sobre a aposentadoria daqueles que ganham acima de um salário mínimo ficou abaixo do esperado pela categoria e menor do que o aplicado sobre o piso nacional. O salário mínimo aumentou 9% e a aposentadoria foi corrigida em apenas 6,2%. Para o Sindicato dos Aposentados de Marília o percentual ficou longe das perdas acumuladas ao longo dos anos. No município, do total de 23.422 aposentados e pensionistas, 15.628 recebem acima do mínimo.
De acordo com a entidade sindical o índice proposto durante a campanha salarial foi de 11,7% para tentar compensar as perdas causadas pela inflação no período. Na avaliação do secretário do Sindicato dos Aposentados, Marcos Luiz Meireles, o percentual aprovado pelo governo nem chegou perto do que se buscava. “Tudo subiu muito mais do que a inflação. Mais uma vez, os aposentados vão ter que lutar para recuperar o que tem perdido ao longo dos anos”, comentou.
Em Marília são 23.422 aposentados e pensionistas; 15.628 recebem acima do piso. Pelo menos 4.500 são associados ao Sindicato e já buscaram o departamento jurídico da entidade para entrar com ações contra a Previdência.
Na avaliação de Meireles, o aposentado precisa mostrar a força que tem no cenário político e econômico para garantir o que é seu de direito. “Os aposentados elegem um Prefeito, um governador, mantém o comércio e precisam ser respeitados”, afirmou.
Dados comparativos apresentados pela gerência regional do Instituto Nacional de seguro Social (INSS) apontam para um crescimento de 2,94% na quantidade de benefícios pagos em 2012, na comparação com o ano anterior. Foram 437.680 contra 425.173.
Já no tocante ao valor médio pago, o aumento foi de 10,25%. Em 2011, o aposentado ou pensionista recebia em média R$ 857,77, em 2012 passou para R$ 945,65. Somente no ano passado, o montante pago em benefícios representou para a economia do município R$ 413.892.287,15.
http://mail.globo.com/mail/?AuthEventSource=SSO#spam/13c498a63e357a14
Na realidade o aumento dos aposentados foi de apenas 0,2%, pois a inflaç~ao oficial foi de 6%. Os aposentados ainda nao se deram conta da forca que possuem. Se unidos com certeza que poderiam decidir uma eleicao ate para a presidencia.
ResponderExcluir