terça-feira, 22 de janeiro de 2013

ALÔ SIM TELECOM - Consumidores reclamam de suspensão 'aleatória' de serviço de internet e TV paga


Clientes enfrentaram fila de até três horas por atendimento

Por Tribuna

Após seis meses da audiência que reuniu clientes, representantes da SIM Telecom e a Promotoria de Defesa do Consumidor, os juiz-foranos usuários dos serviços da empresa voltaram a ter problemas. Nesta segunda-feira (21), cerca de 200 pessoas compareceram à sede da empresa em função da suspensão dos serviços ocorrido desde a última quinta-feira (17). Segundo a operadora de TV por assinatura e internet, cerca de 1.200 consumidores tiveram o serviço cancelado por inadimplência. Muitos consumidores relataram ter enfrentado até três horas na fila para receberem atendimento e muitos saíram do local insatisfeitos e optaram pelo cancelamento da assinatura porque estavam em dia com o pagamento.
Esta foi a situação da assistente de gestão, Liliane José Maria, 40 anos. Ela conta que há três anos é cliente da SIM. "No ano passado, comecei a receber faturas de cobrança da TV por assinatura com valores errados. Era tanta dor de cabeça que, em outubro, preferi cancelar o serviço e ficar apenas com a internet." Mas, mesmo cortando a TV, ela diz que os boletos continuaram chegando. "Ainda recebi os meses de novembro e dezembro. Liguei novamente reclamando, mas não adiantou."
Segundo Liliane, na semana passada, os problemas aumentaram e ela teve a internet cortada na última quinta-feira. "Estou com todos boletos quitados. Liguei para empresa, fiquei horas no telefone e tenho comigo 20 protocolos que não serviram para nada. Vim até a sede para cancelar", conta. Ela ressalta que sem a internet, o filho teve dificuldades para fazer inscrições do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e acompanhar as vídeo-aulas para o Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Para o pensionista Fernando José Matos da Silva, 48 anos, o corte efetuado pela empresa foi "aleatório". Ele diz que a interrupção do sinal da internet do escritório de contabilidade da esposa trouxe "danos morais e materiais". "Pagamos tudo em dia e ficamos sem poder usar o serviço. É complicado, nosso trabalho depende disso. Mancha o nome do profissional e traz um prejuízo financeiro. Os juros dos serviços contábeis que pagaremos de atraso chegam a R$ 1.000", desabafa. Segundo ele, a solução agora será contratar outro serviço e levar a reclamação à Agência Nacional de Telefonia (Anatel).
Depois de três horas na fila, o gerente Sérgio William, 33 anos, conseguiu atendimento. "Estou tentando desde sexta-feira, isso depois de muito insistir por telefone." Mostrando os registros por celular, ele afirma que perdeu as contas de quantas vezes tentou, sem sucesso, contato com a empresa. "Não consegui falar com um atendente. Quero saber porque cortaram minha internet se todos os pagamentos estão em dia", diz.
No Procon, nestas três primeiras semanas do ano, 17 queixas já foram registradas contra a empresa. No ano passado, foram 212 reclamações. Em entrevista por telefone concedida à Tribuna, o presidente da SIM Telecom, Carlos Alberto Becker, afirmou que os transtornos alegados pelos consumidores são causados por inadimplência. "Todos possuem algum tipo de débito, ou mais antigo ou mais recente. A prova disso é que na própria sexta-feira (18), 69% dos usuários nos procuraram para parcelar as dívidas", disse.
Segundo dados da empresa, 1.135 juiz-foranos estão com, pelo menos, uma parcela em aberto. "E todos foram avisados por SMS, e-mail e/ou carta emitida pelos Correios. Os clientes sabem da sua condição", garantiu. Becker afirma ainda que os casos em que as pessoas tiveram corte do serviço e estão em dia com o pagamento são raros. "Pontualmente pode ter ocorrido, mas cortamos quem estava com débito." 
Orientação
De acordo com o assessor jurídico do Sedecon - Procon da Câmara Municipal, Carlos Alberto Gasparete, na audiência realizada no ano passado, foi detectado que a maioria dos clientes não estava inadimplente. "Diante disto, a empresa se comprometeu a melhorar os serviços e reparar os danos. Nem todos os consumidores aceitaram, alguns decidiram encaminhar o caso à Justiça", relembra.
Na avaliação de Gasparete, se após seis meses a situação se repete, é necessário tomar providências. "As pessoas devem acionar a Promotoria de Defesa do Consumidor para moverem uma ação civil pública. A empresa não pode continuar lesando os clientes desta forma." Segundo ele, os consumidores podem buscar o Sedecon para que o encaminhamento à promotoria seja feito.
http://www.tribunademinas.com.br/economia/consumidores-reclamam-de-suspens-o-aleatoria-de-servico-de-internet-e-tv-paga-1.1218794

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