Juiz de Fora – MG - 7 a 10 nov 2012
Old Soldiers .... Never Die .... (*)
(Velhos Soldados... Nunca Morrem ... )
Old Soldiers .... Never Die .... (*)
(Velhos Soldados... Nunca Morrem ... )
Israel Blajberg (**)
Os cavalos cansados já não mais arrastam as carruagens pelo Caminho Novo, arqueadas sob o peso do ouro das Geraes, trazendo as riquezas mineiras para o porto, de onde seriam embarcadas para a metrópole.
Em 2012, os últimos velhos soldados afluem ao antigo Arraial de Santo Antonio do Paraibuna, hoje a trepidante Juiz de Fora. Já não são muitos.
Dos 25 mil pracinhas que atravessaram o Atlantico para se cobrir de gloria no Teatro de Operações italiano, quantos subsistiriam? Agora novamente estão juntos, 40 ex-combatentes, 160 familiares e amigos. E uma única mulher, a encantadora Da. Carlota, tenente enfermeira de cabelinhos brancos e sorriso gracioso aos 94 anos. Das alturas de Monte Castello as ruas de Montese, ajudaram a esmagar o pesadelo do Reich milenar, que acabou após 11 dolorosos anos para a Humanidade.
A FEB se formou com brasileiros do norte e do sul, do nordeste, do pantanal, enfim, onde havia um quartel por perto, ali foram convocados os pracinhas para dar a resposta a infame agressão de uma das mais poderosas potencias militares da época, contra o pais pacifico e ainda rural, que um dia seria o país forte de hoje, Lider, Soberano.
E agora aqui estamos, na Manchester mineira, a fabrica de tecidos de Bernardo Mascarenhas transformada em museu, a primeira usina da Cia Mineira de Eletricidade, as maria-fumaças não mais apitando ao entrar na Estação Central, trazendo os viajantes que atravessavam a Praça da Estação para se hospedar no Hotel Renascença, logo em frente. A herança inglesa, as obras de Mariano Procopio e Paulo de Frontin, façanhas pioneiras da engenharia nacional, uma época incrível onde hoje são atores a MRS e a CONCER. Cine-Theatro Central, Granbery, Banco de Credito Real, fundado por D Pedro II. Rua Halfeld, apito do meio-dia, pão alemão, referencias da cidade de Itamar Franco, cuja bandeira ostenta varias cores, cada qual recordando as origens: portuguesa, indigena, negra, italiana, alemã e sírio-libanesa.
O General Rêgo Barros recebe os veteranos, na formatura do 10º. Batalhão de Infantaria. A manhã escura do dia chuvoso sobre o mar de elevações da Zona da Mata remete às neves dos Apeninos, onde os veteranos de hoje viveram a epopeia de Monte Castello: “ Para a Frente, Para o Alto, MONTANHA !!! “ Jamais poderiam imaginar aqueles veteranos formados na cerimonia militar em Juiz de Fora, que 7 décadas depois a Infantaria de Montanha transformaria em brado de guerra o espirito de luta que animou seus corações, na vitória a preço altíssimo em preciosas vidas brasileiras.
O quinto assalto final vinha contrariar as teses dos manuais, uma situação clássica em que as posições do inimigo se tornam quase inexpugnáveis, por deter a vantagem da altura. Mas nossos pracinhas não leram aqueles manuais, e agora a Brigada 31 de Março, hoje 4ª. Bda de Infantaria Motorizada em breve uma Brigada de Montanha, honra aqueles bravos, dos quais alguns presentes tendo integrado o glorioso Regimento Tiradentes, hoje 11º. Batalhão de Infantaria Motorizada de São João d’El Rey.
O tempo passa mais depressa do que gostaríamos. Está na hora de retornar ao Rio. Em meio as reflexões, os pracinhas se animam com a perspectiva do novo re-encontro, desta vez em São Bernardo do Campo – SP.
Até novembro de 2013 !
MONTANHA !
BRASIL !
(*) da letra de famosa canção
dos soldados da I Guerra Mundial
(*) Diretor de Imprensa e Divulgação
Casa da FEB – RIO
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