RIO — Morreu na noite deste domingo, aos 61 anos, o ator e diretor Marcos Paulo, após uma embolia pulmonar. Ele começou a passar mal à noite em casa, na Barra da Tijuca, e se preparava para ir ao hospital quando morreu, por volta das 21h. Diagnosticado com câncer em maio de 2011, durante um exame de rotina, ele havia passado por uma cirurgia para remover um tumor no esôfago em agosto do ano passado. Segundo comunicado da Central Globo de Comunicação divulgado na época, o diretor havia descoberto o tumor precocemente em exames de rotina e tinha dado início ao tratamento em seguida.
No fim de outubro, Marcos Paulo realizou uma série de exames que apontaram uma saúde perfeita e a total remissão do tumor, de acordo com a assessoria de imprensa do Hospital São José, onde o processo foi realizado, no dia 31 do mês passado. Em sua última aparição pública, na sexta-feira, o diretor esteve no 9º Amazonas Film Festival, em Manaus, onde ficou por sete dias. Ele chegou ao Rio de Janeiro na manhã deste domingo.
Em janeiro, em entrevista para a revista “Alfa”, Marcos Paulo contou como foi sua reação ao descobrir que estava com um câncer. “Quando recebi a notícia, pensei: ‘perdi’. É uma coisa chocante. Você sempre acha que pode acontecer com quem está do lado. Nunca com você”, disse o diretor.
Marcos Paulo era casado com a atriz Antonia Fontenelle, atualmente no ar em “Balacobaco”, na Record. Ele deixa três filhas de diferentes uniões: Vanessa, com a modelo italiana Tina Serina; Mariana, com a atriz Renata Sorrah; e Giulia, com a também atriz Flávia Alessandra.
Estreia na TV em 1967
Marcos Paulo Simões nasceu em São Paulo, em 1º de março de 1951, e foi criado no bairro do Bixiga. De acordo com o portal Memória Globo, ele era filho adotivo do ator, diretor, produtor e autor de TV Vicente Sesso. Sua estreia na TV foi em 1967, com a adaptação literária de O Morro dos Ventos Uivantes para a TV Excelsior. O ator começou a trabalhar na TV Globo em 1970. Sua estreia foi na novela “Pigmalião 70”, de Vicente Sesso, ao lado de Sérgio Cardoso e, mais uma vez, de Tônia Carrero. Em seguida, trabalhou em “Próxima Atração” (1970), também de Walther Negrão, e em “Minha Doce Namorada” (1971), de Vicente Sesso, sempre em papéis de galãs de boa índole. Na novela seguinte, entretanto, interpretou seu primeiro vilão: Rafa, o líder de uma gangue de motociclistas arruaceiros na novela “O Primeiro Amor”, de Walther Negrão.
Em 1978, já consagrado como ator, Marcos Paulo passou cinco meses nos Estados Unidos fazendo um curso de direção na New School. Quando retornou ao Brasil, estreou como diretor na novela “Dancin’ Days”, de Gilberto Braga, ao lado de Dennis Carvalho e José Carlos Pieri. Desde 1998, ele era responsável por um dos núcleos de direção de programas da TV Globo. Além de novelas, o núcleo produziu episódios de “Você decide”, “Malhação”, o especial de fim de ano “Estação Globo”, além do programa humorístico “Os caras de pau”.
Diretor estava produzindo seu segundo filme
A estreia como diretor nos cinemas só se deu em 2010, com o longa “Assalto ao Banco Central”, estrelado por Lima Duarte, Eriberto Leão e Giulia Gam. O filme - gravado em parte em meio a sessões de rádio e quimioterapia - foi lançado em julho de 2011, dois meses depois da descoberta do câncer. Como ator, Marcos Paulo teve participações menos frequentes. Um dos trabalhos mais consagrados foi em “Se Eu Fosse Você 2”, de Daniel Filho. Sua última atuação foi em “Faroeste caboclo”, de René Sampaio, ainda inédito.
Atualmente, o diretor estava trabalhando na produção do que seria seu segundo filme como diretor, “Sequestrados”, um thriller policial com parte das cenas gravadas no Amazonas. O elenco já estava parcialmente formado, e contaria com nomes como Lima Duarte, Eriberto Leão e Vinícius de Oliveira, além de sua mulher, Antônia Fontenelle.
http://oglobo.globo.com/cultura/ator-diretor-marcos-paulo-morre-aos-61-anos-6700605
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