Barack Obama ainda candidato em 2008 nadando na Sandy Beach, praia em Honolulu, no Havaí, sua cidade natal (Foto: Alex Brandon / AP)
As razões especificamente políticas e relativas ao trato da economia para que o presidente Barack Obama tenha conseguido a reeleição foram e estão sendo analisadas por muita gente mais abalizada do que eu.
Neste post, gostaria de tocar rapidamente em outro ponto: a utilização intensa de marketing para transformar em valor político o fato de o presidente comportar-se, na medida do possível para quem desempenha seu cargo, como “um cara comum”, “um cara como você”, “um boa praça” — circunstância facilitada por características reais de Obama, que transmite a impressão de estar à vontade e de bom humor em qualquer lugar e situação.
As fotos deste post procuram mostrar como o “homem comum”, o good guy que sempre que pode se despe da solenidade imperial da Presidência inundou a imprensa — e, significativamente, várias delas são fotos produzidas pela Casa Branca.
O caráter easygoing de Obama, durante a campanha eleitoral, contrastou fortemente com a rigidez da linguagem corporal de seu adversário, Mitt Romney. (Quem acha que linguagem corporal não tem importância em política não conhece política.)
Romney, em ótima forma e bem apanhado para seus 65 anos de idade, exibiu no entanto uma visível dificuldade para gestos fundamentais a um político, como abraçar pessoas, trocar gentilezas com eleitores, festejar bebês. Seu caminhar robótico não ajudava e até a forma de segurar a mão de sua bela mulher, Ann, parecia estranho, desconfortável.
Vejam a seguir uma coleção de fotos “informais” de Obama, uma ou outra ainda de sua campanha eleitoral de 2008:
Na presença de Caroline Kennedy, filha do presidente assassinado, em pleno Salão Oval, Obama abaixa-se e brinca de "procurar" Jonh-Jonh Kennedy, uma alusão à famosa foto de 1963 (Foto: Pete Souza / The White House)
De avental e tudo, ajudando o chef Bobby Flay em churrasco nos jardins da Casa Branca (Foto: Pete Souza / The White House)
Le Mars, no Estado de Iowa, é considerada a "capital do sorvete" nos Estados Unidos. O "cara comum" não resistiu a uma casquinha (Foto: Charlie Neibergall / AP)
"Boa praça" e acessível, batendo uma bolinha com a molecada na cidade de Deus, no Rio de Janeiro, em março de 2011
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Brincando de Indiana Jones com um chapéu que ganhou após visitar as pirâmides de Gizé, inclusive a Grande Pirâmide, no Egito (Foto: Pete Souza / The White House)
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No começo do primeiro governo, passeando com a filha caçula, Sasha, em Chicago, no Halloween (Emmanuel Dunand / AFP)
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Despindo a majestada do cargo: numa das alas solenes da Casa Branca, correndo com o cachorro presidencial, Bo (Foto: Pete Souza / The White House)
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"Cara comum": passeando de chinelos nas vizinhanças da casa da avó materna, em Honolulu, Havaí (Foto: Hugh Gentry / Reuters)
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Lágrimas escorrendo dos olhos ao falar da morte da avó materna, Madelyn Dunham, que, com o avô, Stanley, foram responsáveis por sua criação. A avó branca do presidente negro morreu de câncer em 2 novembro de 2008, em Charlotte, Carolina do Norte, dois dias antes de o neto ser eleito presidente (Foto: Jason Reed / Reuters)
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O "cara comum" como um pai tal qual os demais: desembarcado com abóbora para o Halloween das filhas, após viagem de campanha, em 2008 (Foto: Emmanuel Dunand / AFP)
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Facilidade em lidar com gente: brincando com uma bebezinha, que por sua vez mexe com seu rosto, numa recepção a funcionários da embaixada americana em Praga (Foto: Pete Souza / The White House)
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Fazendo o que milhões de americanos comuns fazem: pescando num rio (em Montana) (Foto: Pete Souza / The White House)
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Torcendo para o time de futebol da filha Sasha (Foto: Pete Souza / The White House)
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Brincalhão: na Universidade do Texas, em Austin, pisando na balança do assessor preocupado com o peso. Até os sempre sisudos fortões do Serviço Secreto riem (Foto: Pete Souza / The White House)
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O tio "comum": brincando com a sobrinha Savila (Foto: Pete Souza / The White House)
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Pausa para uma cervejinha com Dakota Meyer, veterano condecorado no Afeganistão (Foto: Pete Souza / The White House)
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Convivendo com a diferença: com a ex-primeira-dama Nancy Reagan, viúva do conservador e republicano Ronald Reagan, sob o retrato dela na Casa Branca (Foto: Pete Souza / The White House)
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A linguagem corporal que fala por si mesmo: confraternizando com irlandeses em sua visita ao país, em Moneygall, em maio de 2011
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Segurando guarda-chuva para ele e a mulher, Michelle, durante visita a área recuperada da Nova Orleans arrasada pelo furacão Katrina, em 2005 (Foto: Pete Souza / The White House)
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A linguagem corporal: diferentemente de Romney, Obama sabe abraçar com naturalidade: consolando vítima do furacão Sandy em Nova Jersey (Foto: Pete Souza / The White House)
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