26 de Outubro de 2012 - 07:00
Radialista Márcio Augusto morre aos 67 anos
Por AMANDA FERNANDES
Dono de uma voz marcante e com uma carreira de décadas no rádio juiz-forano, Márcio Augusto morreu nesta quinta, às 13h, na Santa Casa de Misericórdia, em decorrência de insuficiência respiratória aguda. Ele estava internado na unidade coronariana do hospital desde 15 de outubro. O corpo foi velado, durante a noite, no Saguão da Câmara Municipal e em seguida seria cremado hoje no Rio de Janeiro. Ele deixa três filhos, Sandro, Fernanda e Marcelo.
Por mais de 20 anos, a dona de casa juiz-forana teve um companheiro fiel em suas manhãs de segunda a sexta. À frente de programas como "Márcio Augusto show" e "Rádio vivo", na Solar, o radialista comandava o dia com denúncias, variedades, esporte e utilidade pública nas rádios pelas quais passou, dentre elas Globo, Solar, Energia e Panorama. Um dos últimos registros de Márcio, em uma entrevista à Rádio Globo, no programa "Manhã da Globo", de Léo de Oliveira, em julho de 2010, Márcio se mostrou ainda um apaixonado pelo rádio mesmo depois de tantos anos de profissão. "O rádio tem que sempre dar apoio à comunidade. Comunicar com o público é a obrigação do rádio, que é o meio de comunicação mais espetacular que existe", afirmou. O radialista também exaltou a necessidade de imparcialidade do locutor. "Meu conselho para os jovens é que todo radialista deve ter desprendimento e não ser comprometido com partido político. Assim, ele tem liberdade de expressão para falar de quem quiser, quando quiser e como quiser, como eu fazia no meu tempo", contou.
À frente do programa "Rádio vivo" atualmente, na Solar AM, o radialista Marcelo Juliani prepara para a edição de hoje uma homenagem especial para Márcio Augusto. "Ainda não sabemos como vai ser. Sou uma pessoa de improviso, então vou falar o que vier no momento da saudade. O Márcio era único." A homenagem deve ir ao ar logo após a abertura do programa, às 8h. O apresentador da "Ronda policial" e editor-geral da Tribuna, Paulo César Magella, exalta a importância de Márcio para a história do rádio na cidade. "Nós, companheiros de Márcio Augusto da Solar, tivemos uma perda irreparável, não só pelo amigo, mas também por sua brilhante carreira. Conosco, ele ficou mais de dez anos, tempo suficiente para fazer do 'Rádio vivo' - programa que comandava - uma referência nas manhãs de Juiz de Fora. Intransigente com as mazelas, riso frouxo quando era provocado pelos colegas, especialmente Ivan Elias e Cláudia Figueiredo, deixa uma lacuna no rádio juiz-forano e um legado que todos temos que honrar, fazendo de nosso trabalho um ponto de apoio para a comunidade que ele tanto defendeu."
Por meio de nota enviada à Tribuna, o prefeito Custódio Mattos demonstrou seu pesar pela perda do radialista e amigo. "Convivi com o Márcio durante muitos anos, desde a época em que fomos colegas na Faculdade de Direito. Ele tinha - e para sempre terá - a minha amizade, o meu respeito, o meu afeto, a minha admiração pelo grande homem que foi e pelo brilhante radialista que, por tantos anos, debateu nossa cidade, nosso país e o mundo."
Companheira de rádio, Cláudia Figueiredo ressalta que Márcio se destacou na defesa dos oprimidos e por uma veia cômica irremediável. "Foi sempre verdadeiro aos seus sentimentos. Era impossível não se encantar por sua voz ou gargalhar com suas frases de efeito. Foi um parceiro generoso com quem começava e implacável com aquilo que não concordava." A jornalista Regina Campos também sente orgulho de ter trabalhado com Márcio: "Um radialista sempre fica marcado por sua voz, ele ficou marcado pelas palavras. Guardo dele boas recordações. Uma convivência diária de muitos anos, pelo trabalho na Solar, além de horas divertidas que passamos juntos em viagens para Ibitipoca."
Para o professor da UFJF e estudioso de rádio, Márcio Guerra, Márcio Augusto dignificou o caráter do comunicador. "Era um tricolor apaixonado de gênio forte. O programa dele foi o sucesso que foi pelo seu jeito de fazê-lo, sendo uma pessoa que tinha 'o sangue do rádio nas veias'".
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