Ex-prefeito entra na campanha do PT |
Tarcísio Delgado, ex-prefeito, ex-vereador, ex-deputado estadual e ex-deputado federal, sempre pelo PMDB, deve entregar hoje, na sede do partido, seu pedido de desfiliação. Sua saída após 46 anos de filiação é atribuída ao imbróglio em torno da participação peemedebista na sucessão municipal deste ano.
Ele acusa os diretórios municipal e estadual da legenda de terem vetado sua participação na convenção para escolha do candidato para a disputa pela Prefeitura, realizada no dia 10 de junho, quando foi definida a candidatura a prefeito do deputado estadual Bruno Siqueira.
Tarcísio pretendia, na ocasião, apresentar ao diretório a proposta de coligação no primeiro turno com a candidata Margarida Salomão (PT). A direção local do PMDB nega o cerceamento e alega, com base na ata da reunião da executiva, não ter sido registrada nenhuma candidatura ou proposta alternativa no encontro preparatório para a convenção.
Na tarde de hoje, o ex-prefeito vai comunicar sua decisão a correligionários e aliados, quando pretende esmiuçar os motivos de sua desfiliação. É certo, de antemão, sua participação de forma efetiva na campanha de Margarida. Isso porque quando aventou a possibilidade de deixar o PMDB, no final de junho, ele havia ponderado que isso aconteceria caso fosse instado a participar da caminhada petista.
Tarcísio também deve insistir na tese de que a candidatura de Bruno faz parte da estratégia do Palácio da Liberdade de manter duas candidaturas em Juiz de Fora. No caso, além do deputado, entraria na cota de concorrentes apadrinhados pelo Governo de Minas o prefeito e candidato à reeleição Custódio Mattos (PSDB). Por fim, ele vai lembrar que, caso PT e PMDB estivessem juntos, a eleição poderia ser decidida no primeiro turno a favor de Margarida.
Em sua decisão pela desfiliação, Tarcísio, pelo menos hoje, deve ganhar apenas a companhia do ex-secretário de Saúde, João Paulo Baccara, que atualmente responde pela Gerência de Sangue e Componentes da Anvisa. Integrantes de peso do chamado "tarcisismo", como o ex-vice-prefeito João César Novais e o ex-presidente do diretório do PMDB, Luiz Carlos de Carvalho, seguem filiados.
A expectativa é de que, caso sejam convocados para atuar na campanha petista de forma efetiva, tomem também o mesmo destino do ex-prefeito. Ainda assim, um eventual desfiliação de integrantes históricos da sigla, assim como a do próprio Tarcísio, é tratada como um ato provisório, para dar liberdade de atuação na campanha de Margarida. Tão logo o processo sucessório municipal seja encerrado, a aposta é de que todos retornem ao PMDB.
O atual comando peemedebista local pretende tratar as desfiliações com discrição. O próprio Bruno e os candidatos a vereador foram orientados a considerar a questão envolvendo Tarcísio como assunto encerrado.
A proposta é divulgar um comunicado tão logo receba os pedidos de desfiliações. Os dirigentes vão alegar, no documento, que, em nenhum momento, foram fechadas as portas do partido para o ex-prefeito. Ao contrário, sustentarão que, por várias vezes, ele foi chamado a participar das atividades partidárias ao longo dos últimos dois anos, mas não compareceu.
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