Dos 443 pedidos de registro de candidatura para vereador até o início da semana, 75% são de candidatos estreantes na disputa. O elevado índice de renovação, na avaliação dos dirigentes partidários responsáveis pela formação das principais chapas proporcionais, tem como causa uma série de fatores, sendo o mais recorrente a mudança geracional.
A frustração e o cansaço de pleitos anteriores, assim como o encarecimento das campanhas, são outras justificativas apresentadas para a debandada de concorrentes experimentados e até com alguma chance de sucesso. Por fim, aparece também o assédio de outros candidatos, na maioria detentores de mandatos, que fazem acordo para conseguir apoio de ex-postulantes com bom desempenho eleitoral em troca de cargos em seus futuros ou atuais gabinetes.
Donos das maiores bancadas na atual legislatura, PT e PMDB trabalham para repetir o feito nas eleições de outubro. Nesse sentido, dirigentes das duas siglas consideram a renovação dos concorrentes como positivo e desafiador. "Temos muitas candidaturas em nossa chapa que, embora não tenham sido testadas, vão surpreender muita gente", antecipa Rogério Freitas, presidente do PT. Para ele, o alto número de estreantes na corrida proporcional é até certo ponto natural em decorrência da renovação geracional, mas também é consequência de fatores específicos.
"Tem um grupo político fora do processo. Isso tem um peso." De fato, do grupo do ex-prefeito Alberto Bejani (PSL), apenas ele próprio segue tentando permanecer na disputa. Na avaliação dos dirigentes do PMDB, a onda da renovação chegou. "O apelo ao novo motivou muita gente. Até os vices são novidades", explica o vice-presidente peemedebista, Paulo Gutierrez.
Com longa trajetória na formação de chapas de vereadores, José Ferreira, que é ligado ao grupo do deputado estadual Lafayette Andrada (PSDB) e coordena o diretório local do PTC, também concorda com o apelo da renovação. "Isso trouxe muita gente nova para a política." Ele ainda vê certa desmotivação em alguns concorrentes conhecidos do eleitor. "Depois de uma ou duas derrotas, a pessoa começa a reavaliar suas posições e, na maioria das vezes, acaba desistindo." O PTC, que está coligado com o PP, é visto hoje como a chapa com maior chance de emplacar uma grande bancada. Até na análise da situação interna da composição, Ferreira aposta em surpresa. "Vai aparecer gente nova daqui na Câmara Municipal em 2013."
Também com um bom currículo como arquiteto de chapas de vereadores, Edson Fonseca, que neste ano vai para as urnas com o PV, chama atenção para a presença dos médicos no páreo. "Ainda não fiz as contas, mas são quase 20 médicos disputando para vereador."
Segundo ele, o momento é propício para renovação sim, mas o alto custo das campanhas tem assustado muita gente. "A cada eleição o poder financeiro torna-se mais determinante." Sobre a aposta no fortalecimento da bancada médica, ele explica que a saúde aparece como principal problema em todas as pesquisas. "Não é apenas isso, mas também a questão da gratidão."
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