A Polícia Federal (PF) investiga um esquema de adulteração em carnes bovinas e suínas que aumenta o peso do produto em até 50%. Apreensões foram realizadas em seis frigoríficos da região metropolitana da capital, nesta sexta (15). Ninguém foi preso, mas os responsáveis pelas empresas deverão prestar depoimentos nos próximos dias.
Chamada Vaca Atolada, a operação começou no fim de 2011, após denúncia feita pelo Exército Brasileiro em Juiz de Fora, que percebeu furos no produto.
Há suspeita de que as carnes também seriam comercializadas em supermercados de todo o país. “Constatamos, em alguns supermercados, que as carnes sofreram a mesma adulteração”, disse uma fonte da investigação, que não quis ter o nome revelado.
Para aumentar o peso nas carnes, as empresas colocavam água no alimento. “Eram injetados fosfato, soro de leite e soja para não deixar a água vazar. O ganho de peso era de 20% a 50%”, afirmou Marcílio Miranda Zocrato, delegado da PF. Em uma das empresas, o esquema era feito em 20 toneladas de carne diariamente.
O intuito das empresas é “claramente obter um ganho econômico”, segundo ele, a partir da adulteração do peso e do sobrefaturamento do valor das carnes. As máquinas usadas para injetar o material foram confiscadas pelo Ministério da Agricultura ontem, mas as empresas vão continuar funcionando até a conclusão do inquérito, de acordo com a PF. “Em duas empresas, o fato foi comprovado. Em outras, ainda estamos esperando ainda o resultado”, afirmou Zocrato.
Os responsáveis pelo crime podem ser condenados a penas de seis a 12 anos de prisão, por adulteração de produto alimentício, formação de quadrilha e crimes de licitação.
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