O deputado estadual Bruno Siqueira (PMDB) confirmou ontem sua pré-candidatura à Prefeitura de Juiz de Fora. O anúncio foi feito durante a reunião ordinária mensal do partido com a presença de aproximadamente cem correligionários. "O PMDB fez grandes administrações com o (ex) prefeito Tarcísio Delgado. Hoje, podemos fazer também uma grande administração, mas com o espírito de renovação. Por isso, estou lançando meu nome como pré-candidato a prefeito de Juiz de Fora." Ele confirmou a existência de diálogo com o PSB, do deputado federal Júlio Delgado, que também é pré-candidato a prefeito, mas não condicionou a candidatura peemedebista à nenhuma aliança. "Estamos conversando com o PSB e outros quatro partidos. É importante conversarmos para saber o que pensam os outros, mas o PMDB tem musculatura para ganhar eleição até com chapa própria. Já ganhamos assim e podemos ganhar de novo. Nada impede que caminhemos sozinhos."
Antes de anunciar sua condição de pré-candidato, Bruno tratou da necessidade de renovação na política local. Para ele, além de se preocupar com alianças, é necessário manter-se em sintonia com a população. "Juiz de Fora quer o novo com criatividade e competência. Precisamos renovar. Não com marketing, mas com trabalho." Nesse sentido, o plano de governo em fase de elaboração pelos peemedebistas ganha papel relevante, segundo o deputado. "Quem quis governar sem planejamento ou não cumprindo o prometido acabou fazendo péssimos governos." Antes dele, o presidente em exercício do PMDB, Paulo Gutierrez, também havia deixado clara a necessidade de apresentar propostas concretas para a população frente ao atual descrédito "em decorrência de promessas não cumpridas."
Mesmo com a promessa de retomar sua atuação no partido, feita na última semana, Tarcísio Delgado não compareceu à reunião, bem como nenhum representante de seu grupo. A ausência do principal cacique da legenda no município não foi mencionada por nenhum dos oradores. Os discursos sempre caminharam no sentido de louvar as gestões peemedebistas passadas e defender o retorno ao Executivo. Para os pré-candidatos a vereador, a questão da candidatura própria aparece como um dogma. Ninguém admite outra hipótese, e, mesmo quando o assunto é aliança, há quem torça o nariz. A proposta do PMDB é manter as atuais três cadeiras na Câmara e, no melhor dos mundos, conquistar mais uma.
A questão da escolha do candidato a vice numa eventual chapa encabeçada por Bruno também não entrou na pauta peemedebista. Em seu blog na internet, Tarcísio condenou as especulações em torno do nome de sua filha Érica Delgado (PSB). Segundo ele, ela "não tem militância política a não ser nas campanhas eleitorais para apoiar seu pai e seu irmão". Embora o veto doméstico, para muitos peemedebistas a herdeira de Tarcísio seria o nome ideal para unir de vez o PMDB e, de quebra, arrastar o PSB. Sem a possibilidade de contar com Érica, os peemedebistas podem arriscar o voo solo, como defendeu o próprio Bruno, escolhendo alguém da chapa proporcional para compor. Outra hipótese aventada nos bastidores da legenda envolve a vinda de algum partido com representante na Câmara Municipal, que poderia ser o indicado para a função.
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