Número de roubos no município já é superior ao total de 2012.
Internautas contam onde foram assaltados e pedem ação da polícia.
O número de roubos aumentou 57,9% em Juiz de Fora de janeiro a outubro deste ano em comparação ao mesmo período de 2012, de acordo com dados da Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais (Seds). Neste ano, já foram registrados 1.298 roubos, número superior ao total do ano passado, que foi de 1.104. Para ironizar a situação, a página “101 lugares para ser assaltado em Juiz de Fora”, que mostra locais conhecidos por assaltos com uma linguagem carregada de humor.
Com a descrição “Cansado de ser assaltado sempre nos mesmos lugares? Nossa página te dá uma força para diversificar sua rotina!”, a página chegou a mais de 9.100 curtidores, que viram na página uma ação informativa, engraçada e antenada com a era virtual. Os internautas podem mandar suas contribuições, dando dicas de lugares onde já foram assaltados, citando inclusive horários não aconselháveis de se transitar por determinado local. Em cada foto, a página classifica a localização com caveiras nos seguintes quesitos: Presença Policial, Violência, Possibilidade de Escape, Prejuízo Médio e Emoção, com um alerta: “Nunca reajam. Segurança sempre.”
Na página, há vários comentários irônicos sobre a questão que desagrada a população juiz-forana. A estudante Isabella Campos curtiu a página por curiosidade e gostou da iniciativa, que, segundo ela, faz uma crítica social de modo cômico, algo que tem sido comum nas redes sociais. “Ela nos faz refletir sobre a violência na cidade. A sensação que tenho é que Juiz de Fora está mais violenta”, explicou.
O estudante Iago Castro tem a mesma opinião. Para ele, Juiz de Fora já foi vista como uma cidade ideal para se morar e atualmente está tão violenta como grandes centros, como o Rio de Janeiro. "Sempre ando atento e evito lugares mais propícios a esse tipo de ocorrência. Acho que deveriam buscar novas maneiras de combater isso, aumentar as patrulhas policiais nos lugares mais conhecidos por assaltos", sugeriu.
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Casos
Tornou-se comum ouvir casos de assaltos na cidade, como explicou a técnica em acervo cultural, Franciane Lúcia, que indicou a página aos amigos. O juiz-forano Victor Perini, de 17 anos, por exemplo, relatou que foi roubado no mês passado, quando estava chegando em casa, no Bairro São Matheus.
Tornou-se comum ouvir casos de assaltos na cidade, como explicou a técnica em acervo cultural, Franciane Lúcia, que indicou a página aos amigos. O juiz-forano Victor Perini, de 17 anos, por exemplo, relatou que foi roubado no mês passado, quando estava chegando em casa, no Bairro São Matheus.
Por volta das 21h, um homem parou o estudante e lhe perguntou o horário. Quando Victor pegou o celular para verificar as horas, o ladrão deu um tapa na mão dele, e o aparelho caiu no chão. Quando o criminoso se abaixou para pegar o celular, o adolescente reagiu instantaneamente e deu um soco no rosto do homem. O ladrão saiu correndo, e Victor também. "Essa questão de assalto está muito séria no bairro, com várias ocorrências. Depois das 22h fica muito perigoso andar na rua, ainda mais para mim. Eu costumo sair no final de semana chegando de madrugada em casa", destacou.
Um dos pontos indicados pela página como crítico é a saída da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) pela Avenida Itamar Franco, sentido Bairro Dom Bosco. A pedagoga Lara Almeida já teve a experiência de ter sido assaltada no local. Em 2011, ao sair da universidade por volta das 17h, um rapaz a abordou e levou o celular. "Eu morava na Rua Olegário Maciel e sempre descia por este local porque era mais rápido. Agora só passo por lá antes das 16h por uma questão de segurança", contou.
Para o estudante João Monteiro, os assaltos revelam outros problemas sociais da cidade. "Para mim, não só a presença da polícia é necessária. Precisamos também de outras maneiras de evitar a marginalização, muitas vezes relacionada ao uso de drogas, por exemplo”, propôs.
Já o engenheiro e professor universitário Cristiano Casagrande acha que a polícia deve ficar atenta aos locais apresentados pela página, como a Praça Jarbas de Lery Santos, no Bairro São Mateus; a Avenida Luz Interior; o Largo do Riachuelo, no Centro; e o cruzamento da Avenida Francisco Bernardino e a Rua Benjamin Constant. “A violência em Juiz de Fora está crescendo e se as autoridades não agirem, logo essa cidade não será mais a cidade tranquila que sempre batemos no peito pra dizer”, concluiu. A reportagem do G1 entrou em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Militar, mas não obteve retorno.
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