Uma das parcerias mais vencedoras da história da Fórmula 1 já tem data para ser reatada. McLaren e Honda, que entre 1988 e 1992 conquistaram quatro títulos mundiais de pilotos – três de Ayrton Senna e um de Alain Prost – e quatro de construtores, voltarão a trabalhar juntas a partir de 2015. O anúncio foi feito nesta quinta-feira em Tóquio pelo presidente da montadora, Takanobu Ito, e pelo diretor esportivo do time britânico, Martin Whitmarsh. Sem divulgar o tempo de contrato, os dirigentes informaram que se trata de um acordo de “múltiplos anos”.
- Os nomes de McLaren e Honda são sinônimo de sucesso na Fórmula 1, e, para todos os que trabalham nestas empresas, o peso de nossas realizações conjuntas no passado está presente de forma intensa sobre os nossos ombros. Compartilhamos a ambição e a determinação e queremos mais uma vez tornar a McLaren-Honda uma fórmula de sucesso. Juntos, temos um grande legado, e estamos totalmente empenhados em mantê-lo – afirmou Whitmarsh, que foi a Tóquio especialmente para o anúncio.
Mudança no regulamento motivou retorno
A partir de 2014, os propulsores da categoria passarão dos atuais V8 de 2.4 litros para os V6 turbo de 1.6 litros, menos agressivos ao meio ambiente. Desde 1995, a McLaren conta com motores Mercedes, com quem tem contrato até o fim de 2014. Em 18 anos com a fabricante alemã, o time conquistou 78 vitórias, mas somente três títulos de pilotos (dois com Mika Hakkinen e um com Lewis Hamilton) e apenas um de equipes. Apesar de o contrato atual entre a equipe e a montadora alemã possibilitar a renovação, a separação é inevitável, uma vez que a Mercedes - que também fornece à Force India - está fazendo investimentos altos em seu time próprio, que já marcou duas poles neste ano, e não pretende ter um time de seu porte como cliente.
O presidente da Honda reforçou que a nova proposta do regulamento técnico, mais voltado para a questão da sustentabilidade, foi um dos principais atrativos para que o retorno da montadora à categoria fosse viabilizado. Agradecendo ao presidente da FIA, Jean Todt, que é um dos grandes responsáveis por fazer a Fórmula 1 buscar medidas que deixem a categoria menos poluente e que contribuam com o desenvolvimento dos carros de rua, Takanobu Ito “poetizou” ao falar sobre o novo desafio da empresa. A McLaren salientou que a parceria não é exclusiva. A Honda poderá fornecer motores para outros times, mas terá a escuderia britânica como "carro-chefe" de seu retorno à categoria.
- Desde a sua criação, a Honda é uma empresa que cresce, assumindo desafios em corridas. O novo regulamento da F-1, com o foco ambiental significativo, vai inspirar ainda mais o desenvolvimento e o avanço de nossas próprias tecnologias, e isso é fundamental para a nossa participação na categoria. O slogan corporativo da Honda é "o poder dos sonhos". Ele representa o nosso forte desejo de perseguir e realizar nossos sonhos, junto aos nossos clientes e fãs – disse o comandante da montadora.
União com a McLaren marcou auge da Honda na F-1
A era de ouro da Honda na Fórmula 1 se deu nos cinco anos em que foi fornecedora de motores e parceira técnica do time inglês. A montadora havia obtido relativo sucesso com um time próprio entre 1964 e 1968, alcançando duas vitórias, mas acabou se retirando da categoria para retornar apenas em 1983, fornecendo para as equipes Spirit e Williams, e, posteriormente, à Lotus, onde os engenheiros japoneses trabalharam pela primeira vez com Ayrton Senna. A Honda chegou à McLaren em 1988, ajudada pela transferência do brasileiro, que passou a fazer dupla com o francês Alain Prost.
A dobradinha McLaren-Honda começou em grande estilo: o time venceu 15 das 16 corridas de 1988 e seus pilotos brigaram pelo título, com vantagem para Senna. Prost deu o troco no ano seguinte, seu último pela equipe. Já em 1990 e 1991, Senna voltou a ser campeão. O último ano da aliança entre os britânicos e os japoneses foi tímido em relação aos anteriores: somente cinco vitórias e o vice-campeonato de construtores.
Veja os números da parceria McLaren-Honda:
5 temporadas (1988 a 1992)
80 GPs disputados
53 pole positions (66%)
44 vitórias (53%)
30 voltas mais rápidas (10 delas em 1988)
8 títulos mundiais (quatro de pilotos, quatro de construtores)
80 GPs disputados
53 pole positions (66%)
44 vitórias (53%)
30 voltas mais rápidas (10 delas em 1988)
8 títulos mundiais (quatro de pilotos, quatro de construtores)
Honda fracassa em tentativa de retorno com equipe própria
Após encerrar sua parceria com a McLaren, no fim de 1992, a Honda retornou à F-1 no fim da década de 1990, como parceira da Jordan. A montadora tentou se firmar como construtora a partir de 2006, após a compra da equipe BAR, de quem era parceira desde 2000. Porém, os resultados foram muito abaixo dos esperados, e a fabricante japonesa deixou a categoria em 2008 devido à crise econômica mundial, que afetou as operações de sua linha de montagem e causou demissões em seu quadro de funcionários.
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