segunda-feira, 19 de novembro de 2012

DIA DA BANDEIRA NO 21º GAC


A Pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo.
– Bilac

Já se foi o tempo em que as crianças das escolas se reuniam para cultuar a Bandeira Nacional em seu dia, cantando o seu Hino. Quem ainda se lembra de seus versos???

 Versos escritos por Olavo Bilac e música composta por Francisco Braga... Hoje o culto à Bandeira Nacional está restrito aos quartéis. Esquecida pelo seu povo... 

Salve lindo pendão da esperança!
Salve símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz. Recebe o afeto que se encerra
em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 1865 — Rio de Janeiro, 28 de dezembro de 1918) foi um jornalista e poeta brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Criou a cadeira 15, cujo patrono é Gonçalves Dias.

Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul. Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Conhecido por sua atenção a literatura infantil e, principalmente, pela participação cívica, era republicano e nacionalista; também era defensor do serviço militar obrigatório.

Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever,
E o Brasil por seus filhos amados,
poderoso e feliz há de ser! Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Bilac escreveu a letra do Hino à Bandeira e fez oposição ao governo de Floriano Peixoto. Foi membro-fundador da Academia Brasileira de Letras, em 1896. 
Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre sagrada bandeira
Pavilhão da justiça e do amor!Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!
Em 1907, foi eleito "príncipe dos poetas brasileiros", pela revista Fon-FonBilac, autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, é considerado o mais importante de nossos poetas parnasianos.

 No entanto, para o crítico João Adolfo Hansen"o mestre do passado, do livro de poesia escrito longe do estéril turbilhão da rua, não será o mesmo mestre do presente, do jornal, a cronicar assuntos cotidianos do Rio, prontinho para intervenções de Agache e a erradicação da plebe rude, expulsa do centro para os morros".

Então, se só nos Quartéis podemos prestar-lhe tributos, cedinho, este Redator e a Mergulhinha, como chamam carinhosamente minha esposa, fomos ao Quartel do 21º GAC no Forte Barão do Rio Branco.


Cedo já participamos de duas atividades:
Se aproximando do meio dia, entramos no Quartel onde a tropa já aguardava formada sobre as muralhas da velha Bateria da Praia de Fora do Século XVI.

 O Major Balbi anuncia pelos alto-falantes: - Aproximam-se do local de formatura, o General de Exército Paulo Cesar de Castro, antigo Comandante do 21 GAC, acompanhado do Tenente Coronel Luciano Batista de Lima, Comandante do 21 GAC, do 1º Tenente Dálvaro José de Oliveira, sobrevivente dos naufrágios do Baependi e do Arará, e do Tenente Luiz Mergulhão, Diretor do CNOR.

E foram prestadas as honras militares ao General Castro e o Major Pimentel, Subcomandante, apresentou a tropa pronta para a cerimônia.

 A formatura não acontecia no pátio General Médici, onde fica o palanque. E sim diante do Monumento da FEB (com o nome de todos os integrantes do Grupo Monte Bastione que foram para a Itália), que tem à frente o tubo do Obuseiros de 105 mm que disparou o primeiro tiro naquele conflito mundial, e atrás, bordeando a secular muralha, mastros com as bandeiras (ainda por hastear) de todos os 26 Estados brasileiros e o Distrito Federal.

 A Bandeira Nacional ocupou seu lugar no dispositivo para a condecoração de militares que se postaram diante dela.

 O Comandante também ocupou seu lugar ao lado dos cinco Sargentos que já lá estavam e o General Castro foi convidado para ser o paraninfo e fazer a aposição das Medalhas.

 O Tenente Coronel Luciano Batista de Lima, por seus relevantes serviços prestados aos Oficiais R/2 recebeu a Medalha Esquadrão Tenente Vaz do General Castro, possuidor da Medalha, concedida pelo Grão Mestre Mor da Ordem dos Cavaleiros do Esquadrão Tenente Vaz.

 Os demais militares foram condecorados com medalha de Tempo de Tropa, do Serviço Amazônico e Tempo de Serviço, após o que, o General Castro comandou a continência à Bandeira.


Depois todos voltarem a seus lugares, o Comandante convidou o General Castro e o veterano Dálvaro a fazerem o hasteamento da bandeira.


Em seguida, o Ten Cel Lima leu a Ordem do Dia do Comandante do Exército.

 E chegou a hora de acender a pira e incinerar as bandeiras inservíveis, aquelas que se esfarrapam com o bater dos ventos, principalmente em Fortalezas à beira-mar. O Dia da Bandeira é o único dia em que podemos fazer isso. Queimar a Bandeira Nacional, um dos quatro símbolos da Pátria, em qualquer outra data, é crime.

 Os estudantes, escoteiros e participantes do projeto do Instituto Fernanda Keller foram convidados a fazerem os hasteamento das bandeiras de todos os 26 Estados e do Distrito Federal. O Comandante ofereceu aos representantes dessas três entidades, uma nova Bandeira Nacional para cada.

  Ao final e depois de todos cantarem o Hino à Bandeira, ouvimos as palavras do Tenente Coronel Lima, fazendo uma releitura em palavras simples para as crianças sobre o significado do Dia da Bandeira e explicando que a presença da tropa sobre as muralha era para homenagear a expedição de Gaspar de Lemos que chegou àquelas praias em 1502 (dando nome ao Rio de janeiro), portanto, zarpara de Portugal mesmo antes do retorno de Cabral.


Agradeceu a presença de todos que abrilhantaram a presente cerimônia e assim a deu por terminada.

 Mas o último ato, apesar de estar nos manuais militares, foi a primeira vez que vi: o Porta Bandeira (que estava só, sem a Guarda-Bandeira) retirou-se do local da formatura acompanhado do Comandante e seu Estado-Maior.
http://www.sangueverdeoliva.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=251:salve-lindo-pendao-da-esperanca&catid=13:exercito&Itemid=105&lang=en

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