Força Aérea relembra participação brasileira na 2ª Guerra em Dia da Aviação de Caça

Brasília, 23/04/2012 – A Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, foi palco no último domingo (22/04) das comemorações do Dia da Aviação de Caça. O ministro da Defesa, Celso Amorim, presidiu a cerimônia – uma homenagem aos pilotos brasileiros do Esquadrão “Senta a Púa”, que representaram o país na 2ª Guerra Mundial.

Amorim destacou a importância da aviação de caça para o país, principalmente por seu poder de “dissuasão”. Segundo ele, investimentos nesses equipamentos são fundamentais para ajudar a inibir ameaças à integridade do território brasileiro.

O evento, que contou com a presença do comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar, Juniti Saito, foi dividido em duas partes. Na primeira, realizada no Hangar Zepellín, foram reverenciados os veteranos da guerra e feita a entrega de condecorações. O capitão Osias Machado da Silva, que combateu na Itália, recebeu o estandarte que foi para o país europeu.

A segunda parte aconteceu ao ar livre, no Memorial Senta a Púa, com a homenagem aos veteranos já falecidos. Para o major-brigadeiro-do-ar Rui Moreira Lima (foto abaixo), um dos dois únicos remanescentes do 1º Grupo de Aviação de Caça (GAVCA), foi um momento de forte emoção ver a medalha do brigadeiro Nero Moura – patrono da aviação de caça – nos jovens, coronéis, brigadeiros, “toda a gente feita por nós”.

Em discurso, o comandante do 1º GAVCA, tenente-coronel-aviador Marco Antonio Fazio, relembrou os detalhes das missões desempenhadas pelos pilotos na época e reverenciou os veteranos, agradecendo-os. “Hoje, com a mesma crença ideológica, com a mesma determinação de nossos veteranos e na liga diária de nossas asas, nós caçadores construímos a gigantesca e invisível teia da transmissão da aviação de caça, como dogma que nos anima a prosseguir na obra de polarizar energia para colher frutos de uma aviação alicerçada por uma doutrina sólida e que mantém acesa a chama dos acontecimentos marco do passado.”

Condecorações

Na cerimônia no hangar, foram entregues a medalha do Mérito Operacional Brigadeiro Nero Moura, o prêmio Pacau Magalhães Motta 2011 e os troféus de piloto e unidade mais eficiente.

Instituída pelo Decreto nº 7.085, de 29 de janeiro de 2010, a comenda do Mérito Operacional foi criada em homenagem às comemorações do centenário de nascimento do brigadeiro Nero Moura. É concedida a militares do comando da Aeronáutica que exerçam cargo de comandante de unidade aérea, pela conduta a favor da operacionalidade da sua organização e da Força Aérea. Foram agraciados 72 oficiais e receberam a comenda postumamente os veteranos do grupo de caça.

O prêmio Pacau Magalhães foi criado pela Associação Brasileira de Pilotos de Caça para agraciar os associados da entidade vencedores do concurso anual de trabalhos literários sobre aviação de caça. A premiação leva o nome do patrono da instituição. Três trabalhos sagraram-se ganhadores: Impactos da desativação do AT-26 na progressão operacional dos pilotos de caça da FAB, do tenente-coronel Alvim; Uso de aeronaves multifunção na aviação de caça, do major Cramer; e Conexão SABRE – O portal de conhecimento da aviação de caça, do primeiro-tenente Tavares.
Os troféus de piloto e unidade mais eficiente de 2011 são concedidos, respectivamente, aos profissionais que alcançam resultados notáveis em uma diversidade de tipos de emprego de armamento e aos grupamentos militares que mais se destacaram no período avaliado, cumprindo prazos estipulados e que tiveram eficácia e eficiência na realização das atribuições. 


Treze pilotos foram agraciados com o troféu e o major-aviador Ricardo Ferreira Botelho recebeu a premiação como representante da unidade mais eficiente, eleito o Primeiro Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (1º/10º GAv) – localizado em Santa Maria (RS).

Aviação de Caça

22 de abril de 1945 é uma data importante para a Força Aérea Brasileira porque marca o ápice da campanha do 1º Grupo de Aviação de Caça no Teatro de Operações, em Pisa, na Itália. Na data, o Esquadrão “Senta a Púa” participou da ofensiva aliada contra as tropas alemãs na 2ª Guerra Mundial.

Em apenas um dia, a unidade aérea – que contava com oficiais, sargentos e praças – realizou 44 surtidas, mesmo com um número reduzido de 19 pilotos, que se revezavam para cumprir as 11 missões do dia.

Para isso, os militares voaram até três vezes consecutivas ao dia a bordo de uma aeronave P-47 e tinham o trabalho de jogar bombas em pontos estratégicos e procurar alvos de oportunidade, como colunas de tanques e transporte de suprimentos.

Fotos: Tereza SobreiraAssessoria de Comunicação
Ministério da Defesa
(61) 3312-4070


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