terça-feira, 31 de outubro de 2017

DEZ ANOS SE PASSARAM - DEZ ANOS SEM JOSINO ARAGÃO

Terça-feira, 30 de outubro de 2007. Na manhã daquele dia, cheguei ao prédio do Sistema Regional de Comunicação as 9 horas da manhã, como fazia há mais de dois anos.

Eram três lances de escada até chegar à minha sala na TVE, onde eu redigia todos os dias o roteiro do programa Mesa de Debates. Mas ainda no segundo andar olhei para a sala do professor Josino Aragão. Ele não estava na sua mesa e nem sentado em seu sofá. No sofá, estava seu sobrinho Jorge Aragão.
Era algo diferente, mas jamais me passou pela cabeça que naquele dia eu não veria mais Josino. O empresário, o homem, o paizao, o empreendedor.... O Professor.
Na noite anterior, fora vítima de um enfarte e estava internado na Santa Casa de Misericórdia em estado grave.

Jovino Quintela, seu braço direito e direto em todos os momentos, me chamou até a porta de uma das salas do corredor. Ele estava pálido, incrédulo, mas forte para suportar toda a sorte de dificuldades e emoções que viriam a partir daquele dia. 
A ordem era manter tudo funcionando: o Diário Regional, a Rádio Globo e a TVE.

Daquele terça-feira até o dia 6 de novembro, quando foi confirmada sua morte, vivemos o aprendizado de viver e trabalhar sem aquela referência. Uma personalidade controvertida, que resvalava na bipolaridade, mas que se agigantava na proteção daquele universo da comunicação e seus trabalhadores.
Dez anos se passaram e até hoje tenho comigo os ensinamentos e as imagens de um homem que não via limites para sonhar e realizar. Um Cidadão Kaine, como escreveu o jornalista Ailton Alves, no livro "O professor - biografia de Josino Aragão".
Inesquecível o final de uma tarde em março de 1994, quando Josino me chamou à sua sala para me convidar a embarcar na realização do seu maior sonho: um jornal impresso diário. O Diário Regional, que chegou às bancas no dia 12 de julho de 1994. Até o dia 29 de outubro de 2007, foram 3.867 edições. Todas elas com a sua participação direta.
Dez anos e o legado do Professor está aí vivo, apesar dos agourentos de plantão. O jornal que tenho orgulho de ter participado da sua fundação e ter sido seu primeiro editor - geral, por três anos; a TVE, onde me tornei conhecido como repórter e como participante da Mesa de Debates são órgãos de resistência à todas as intempéries.
Juiz de Fora não pode esquecer este nome que foi para outro plano há dez anos, mas que marcou a história da cidade sendo um dos seus maiores e mais importantes empreendedores.
E nós, filhos emprestados de uma relação que ultrapassava os limites de um contrato de trabalho, tenho a certeza, que jamais deixaremos de ter na memória aquela imagem do homem que vertia todo tipo de sentimentos de forma profunda e que nos ensinou a não ter vergonha e nem limite pra sonhar. E mais: pegar o sonho e partir pra torná - lo realidade porque só assim é que novos sonhos serão sonhados.

PS. Quero deixar minha consideração especial a Erickson Aragão e Flavia Aragão que foram gigantes na reformulação do Diário Regional e TVE nos anos de 2007 a 2009. Processo que vivi junto e de perto.

Anibal pinto

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