quinta-feira, 26 de março de 2015

Agressão a juiz - Jogador e time são condenados

Árbitro, presidente da LFJF e representante da Secretaria de Esporte e Lazer falaram sobre o assunto (Marcelo Ribeiro/26-03-15)
Foi afastado por 810 dias dos gramados o atleta amador que agrediu o árbitro Alex Gervásio Apolinário, de 36 anos, na partida disputada entre Fiorentina e Super 20, no último domingo, no campo do Esporte Clube São Carlos, no Bairro JK, na Zona (Norte) Sudeste. 
O confronto fazia parte da Copa Juiz de Fora de Futebol Amador. Colaborador da Liga de Futebol de Juiz de Fora (LFJF) há cinco anos, o juiz teria recebido um soco no rosto na altura do olho direito, após expulsar um jogador do Super 20. A decisão, ainda em primeira instância, também prevê que a equipe seja banida do campeonato.
A decisão foi recebida por representantes da LFJF e da Secretaria de Esportes e Lazer durante entrevista coletiva relacionada ao caso, concedida na manhã desta quinta-feira (26). De acordo com o regulamento do torneio, baseado em adendos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, a punição foi baseada nos itens 1 e 2 do artigo 25, relacionados a casos de mau comportamento e atitude antiesportiva. A punição também mencionou os itens 2 e 7 do capítulo 26, que diz respeito a ameaças, palavras ou gestos ofensivos e a agressões contra autoridades esportivas.
Ainda em apoio a Alex, a Liga confirmou que não apitará as partidas do próximo final de semana, exceto os confrontos da categoria de base, que acontecem no sábado. Para o presidente da LFJF, Paulo Durães, as medidas buscam inibir casos semelhantes, que frequentemente vêm sendo registrados na várzea juiz-forana: “Podemos ter uma situação caótica. Há três semana,s um árbitro sofreu uma tentativa de esganamento, há aproximadamente cinco meses um outro teve os olhos vendados e tivemos também um caso em que um terceiro sofreu ameaça de ser queimado dentro do próprio carro. Queremos coibir não só o atleta infrator do domingo, mas buscar uma solução para impedir essa violência”, aponta Durães.
Atualmente, Juiz de Fora teria entre 30 e 40 campos de futebol não-oficiais e outros 15 que pertencem ao município. Trinta e cinco árbitros seriam responsáveis pela condução das partidas. “Se em estádios do futebol profissional percebemos que as pessoas têm deixado de acompanhar as partidas, imagina no amador. Ainda não sabemos o que fazer para evitar as agressões. Sabemos que, infelizmente, a PM não tem contingente para fazer o policiamento nestes locais”, analisa Durães.

Lazer comprometido

O chefe do Departamento de Fomento às Políticas de Esporte e Lazer, Ricardo Wagner, também apontou os episódios de agressão como possível ameaça à participação da população na prática amadora. Segundo ele, a mistura de situações violentas, que passam pelas questões de envolvimento em tráfico e em brigas de gangues, pode afastar atletas e público dos estádios. “Percebemos que o campo de várzea é o principal lazer das pessoas a nível nacional. Em Juiz de Fora, dados apontam entre cinco a dez mil juiz-foranos nos campinhos durante cada final de semana. Se isso continuar, podemos ter o fim do futebol amador”, ressalta. “Além do lazer em si, os jogos oferecem a opção de renda para lavadeiras, pipoqueiros, donos de bares e motoristas de vans e kombis que transportam os jogadores. A Justiça Desportiva foi acionada, assim como as autoridades policiais e a secretaria de Esportes, que, juntas, vão tomar providências contra a questão”.

Insegurança

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Árbitro mostra marcas da agressão e aguarda diagnóstico oficial, que será divulgado ainda nesta terça

Morador de Mar de Espanha, o árbitro agredido sofreu um desmaio logo após ser atingido e um outro no vestiário do estádio. Conduzido ao HPS, Alex ficou internado em observação e passou por exames de tomografia e radiografia. Uma pequena fratura teria sido detectada, e o diagnóstico oficial sairá na tarde desta quinta-feira.
Mesmo assustado com a atitude do jogador, ele afirma querer voltar a apitar. “Atualmente estou desempregado e faço do futebol a minha fonte de renda. Já ouvi relatos de colegas que foram agredidos, mas nunca tinha sido vítima. Estou com medo de voltar a trabalhar, mas preciso seguir.
http://www.tribunademinas.com.br/jogador-e-time-sao-condenados-por-agressao-a-juiz/

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