terça-feira, 27 de janeiro de 2015

UMA HOMENAGEM AO INESQUECÍVEL AMIGO E MESTRE DORMEVILLY NÓBREGA

Entrevista com Dormevilly Nóbrega, em março de 1963 


Foto: Jorge Couri.


http://www.mariadoresguardo.com.br/


Dormevilly Nóbrega - Juiz de Fora


Dormevilly Nóbrega nasceu em Três Corações/MG no dia 17 de dezembro de 1921, filho de José Ferreira da Nóbrega e Rita de Souza Nóbrega. Foi o fundador do Museu da Imagem e do Som de Juiz de Fora, cidade que escolheu, depois, para residir. Foi jornalista no Rio e em São Paulo, além de Recife, onde conheceu Darcília, a professora primária com quem se casou e teve três filhos. Foi cantor de boate, rádio e seresta, professor de Português, Geografia e Desenho. Serviu ao Exército durante a 2ª Guerra Mundial mas sua primeira paixão sempre foi o jornalismo. Começou como tipógrafo, aos 13 anos, na "Folha Mineira". Foi vereador e é considerado um dos maiores historiadores de Juiz de Fora, onde faleceu, em 18 de abril de 2003, aos 81 anos.
Enfrentando o mundo bronco
tenho, apesar das perfídias,
ternura de velho tronco
alimentando as orquídeas.
Na Vila Rica de então,
quis o destino imprevisto,
que um pobre artista sem mão
esculpisse as mãos de Cristo.
Serpente. Adão indeciso.          (Juiz de Fora - 1962)
Eva. Maçã que balança.
Medo. Pecado. Juízo.
Dor. Prazer. Amor. Criança.
Meu destino tresloucado
vai cumprindo sua lida              (Vencedor J. de Fora, 1987)
de ser um tronco queimado
que dá sombra sem ter vida.

Passaste por meu cadinho
e hoje tens, de grão em grão,
ternura de passarinho
que come alpiste na mão.
A solidão se mantém
prisioneira desta escolta:
Angústia do que não vem,
saudade do que não volta.
Meu afeto, minha mágoa,
são flores de uma choupana,
que foram morrer sem água
num jarro de porcelana.
Relembro o instante maroto
da vivência matutina:
Os meus lábios de garoto
nos teus lábios de menina...
O escravo não teme o açoite
do capataz em ataque:
Fura o tapume da noite
nos livres sons do atabaque!
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   Uma curiosidade a respeito de Dormevilly: em 30 de dezembro de 1962 o Distrito de Juiz de Fora, chamado ibitiguaia (ex Vargem Grande), que é a terra natal do célebre poeta/trovador Belmiro Braga, foi elevado à condição de município que, em homenagem ao seu ilustre filho, recebeu justamente o nome de "BELMIRO BRAGA". Como, à época, não havia eleição direta, o então Governador Magalhães Pinto, autor do ato, para complementar a inspirada ideia nomeou para primeiro Prefeito do novo Município um outro poeta, também de enorme talento, e com militância na política:  DORMEVILLI NÓBREGA.
http://falandodetrova.com.br/dormevilly

SAUDADES DOS BONS PAPOS SEMANAIS COM O FRATERNO AMIGO

LUIZ EDUARDO SCHMITZ - EDITOR

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