sexta-feira, 11 de abril de 2014

André Vargas, do PT, renuncia ao cargo de vice-presidente da Câmara

O Conselho de Ética abriu processo, nesta quarta-feira (9), contra o deputado licenciado André Vargas, do PT do Paraná.

O Conselho de Ética abriu processo, nesta quarta-feira (9), contra o deputado licenciado André Vargas, do PT do Paraná. No início da noite, ele decidiu renunciar, mas só ao cargo de vice-presidente da Câmara.

Por mensagem de texto, em resposta à jornalista Yvna Souza, da TV Globo, André Vargas disse que não vai renunciar ao mandato.

No Conselho de Ética, logo no início da sessão, o PT, partido do deputado, tentou em vão adiar a abertura do processo.

“Para que isso vá lá para a corregedoria e depois esse fórum terá tempo suficiente, se quiser metralhar o deputado André Vargas. Ele terá essa oportunidade”, afirmou o deputado Zé Geraldo, do PT-PA.

Alguns parlamentares reagiram. “Cuidado com tentativas de golpes protelatórios, até de fraude processual, de chicana parlamentar que está se tentando engendrar aqui”, ressaltou deputado Chico Alencar, do PSOL –RJ, vice-líder do partido.

O Conselho vai analisar a relação de André Vargas com o doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato, que investigou um esquema de lavagem de dinheiro.

Um dos indícios mais fortes de que André Vargas e o doleiro atuavam juntos são as mensagens de celular trocadas entre eles. Um relatório da Polícia Federal a que o Jornal Nacional teve acesso, revela que no final de novembro de 2013 Vargas marca uma reunião em São Paulo com o doleiro. E completa: “Era bom conversarmos juntos com a equipe”. E Youssef responde: “Sim. Vamos conversar”.

Agora, mesmo que renuncie ao mandato, André Vargas não deixa de responder ao processo que pode levar à cassação e à perda dos direitos políticos. O Conselho de Ética terá 90 dias úteis para analisar o caso. Depois do parecer preliminar do relator, o deputado vai ter dez dias úteis para apresentar uma primeira defesa. Se, ao final, o Conselho de Ética decidir pela cassação do mandato de André Vargas, ou qualquer outra punição, o processo tem que passar também pelo plenário da Câmara.

O relator no Conselho de Ética será o deputado Júlio Delgado, do PSB de Minas Gerais, o mesmo que relatou o processo de cassação do ex-ministro José Dirceu na época do escândalo do mensalão. Segundo o deputado, é possível concluir o caso até o final de maio.

“Nesse caso, temos muita prova pública e notória, e vamos trabalhar nesse prazo, o mais rápido possível, garantindo o direito de defesa de André Vargas”, afirmou o deputado Júlio Delgado, do PSB-MG, relator.

Na nota em que anunciou a renuncia à vice-presidência da Câmara, André Vargas explicou foi pra se concentrar na defesa dele - e preservar a imagem da Câmara e do PT. Vargas voltou a dizer que não cometeu nenhum ato ilícito.

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/04/andre-vargas-do-pt-renuncia-ao-cargo-de-vice-presidente-da-camara.html

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