sexta-feira, 29 de março de 2013

Exército investiga venda ilegal de armas pela internet em Taubaté, SP


Jovem se passa por tenente das Forças Armadas para comercializar airsoft.
Compra e venda do produto é controlada e precisa do certificado de registro.



Para vender ou comprar uma arma airsoft, a pessoa precisa ter uma autorização do serviço de fiscalização de produtos controlados do Exército. (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
Para vender ou comprar uma arma airsoft, a pessoa precisa ter uma autorização do serviço de fiscalização de produtos controlados do Exército. (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
O Exército e o Ministério Público Federal investigam a venda de armas pela internet feita por um morador de Taubaté que se passa por militar e oferece pistolas e revólveres nas redes sociais. Ele vende réplicas de armas de airsoft, usadas somente para praticantes de tiro esportivo, e que têm a venda para colecionadores e competidores controlada pelas Forças Armadas. As importações ilegais são a principal forma de comercialização ilícita do produto no país.

O jovem usa uma página de relacionamentos na internet para apresentar as armas. Na apresentação dele na rede social, ele se diz tenente. E até coloca o local que seria o atual endereço dele, o Comando da Aviação da Aeronáutica (Cavex) de Taubaté. “Esta pessoa não faz parte do Exército e não faz parte do nosso quadro de instituição", informou o oficial de comunicação do Exércio, major Luciano Bortoluzzi.

Ainda de acordo com Bortoluzzi, uma investigação administrativa foi aberta para apurar o caso, que foi encaminhado para o Ministério Público. O Exército também investiga se alguém de dentro das Forças Armadas colabora com o esquema.

Segundo a Polícia Militar, o uso de réplicas por assaltantes é comum, e quem procura essas armas com intenções criminosas não faz a compra por meios legais. “Dentro das lojas que são legalizadas e comércio legalizados, isso é proibido. O que a gente vê é que a venda é feita de forma clandestina , de pessoas que trazem de fora ", contou o capitão Waldomiro Medeiros.

A produção da TV Vanguarda entrou em contato com o jovem pela internet, que adverte que o equipamento assusta por ser muito real. Após os primeiros contatos, a negociação foi feita por telefone.

Compra deve ser feita em lojas ou com vendedor credenciado. (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
Compra deve ser feita em lojas ou com vendedor
credenciado. (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
Jovem: Eu encomendei umas pra chegar terça-feira que vem. São duas pretas e duas pratas que vão chegar. Ela são todas em full metal, ou seja, ele é metal mesmo, entendeu? É muito real, o peso é real, tudo é real nela, entendeu? Se alguém te perguntar: "de quem que você comprou?". Eu vou te dar um documento, no qual você comprou esse documento de um oficial do Exército, entendeu?

De acordo com a polícia, o rapaz que oferece o produto na internet já tem condenações em pelo menos dois processos, por estelionato e furto. Neles foram aplicadas penas de prestação de serviços comunitários e pagamento de multa. Ele foi procurado pela reportagem, mas por meio do advogado informou que não iria se manifestar. O vendedor pode responder por crimes como contrabando e falsidade ideológica.

Regras

Para vender ou comprar uma arma airsoft, a pessoa precisa ter uma autorização do serviço de fiscalização de produtos controlados do Exército, o chamado de certificado de registro. A arma comercializada precisa ter a ponta vermelha ou alaranjada, que a diferencia de um armamento real.

Além disso, o comprador deve ser maior de 18 anos e adquirir a airsoft de um estabelecimento ou vendedor credenciado e com nota fiscal. É necessário ainda ter uma guia de tráfego do Exército para transportar a arma.
Fernando Alves de Moraes é praticante de airsoft há três anos. Ele tem as autorizações pedidas pelos militares e afirma que o esporte não é barato. "No mercado legal você pode estar fazendo aquisição do equipamento eu tenho conhecimento no mínimo por R$ 600, quem está vendendo por R$ 200 ou R$ 300, com certeza é de forma ilegal", afirmou.

Apreensões

Em novembro de 2010 um fuzil, muito parecido com um real, foi encontrado com um homem acusado de cometer assaltos em casas de Taubaté. Na região, a última grande apreensão de produtos como esses foi em fevereiro de 2011. Trezentas peças foram recolhidas de ambulantes em Aparecida.

http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2013/03/exercito-investiga-venda-ilegal-de-armas-pela-internet-em-taubate-sp.html

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