sábado, 14 de julho de 2012

Vicentão pede registro de candidatura


Por: Táscia Souza

O ex-presidente da Câmara Vicente de Paula Oliveira (Vicentão, PTB) entrou no fim da tarde desta sexta-feira (13) com pedido de registro de candidatura a vereador. O político renunciou à presidência do Legislativo - e posteriormente ao mandato parlamentar - em 2008, depois que a Tribuna desvendou um esquema milionário de licitações vencidas junto à Prefeitura pela Koji Empreendimentos e Construtora Ltda. e comprovou a ligação da empresa com o político. 

Na noite desta sexta, Vicentão negou ter se apresentado como candidato, mas a Justiça Eleitoral confirmou esta tarde seu pedido de registro. De acordo com o juiz Mauro Francisco Pitelli, titular da 152ª Zona Eleitoral e diretor do foro eleitoral de Juiz de Fora, apesar de o prazo para registro de candidaturas pelos partidos e coligações ter se encerrado no dia 5 de julho, uma das hipóteses que torna a medida possível é em caso de substituição, quando algum candidato da chapa renuncia ou é impugnado e o partido ou coligação pode colocar outro em seu lugar. Nesse caso, o prazo para pedidos de impugnação é o mesmo: cinco dias úteis a partir do momento da publicação do registro de candidatura.

O presidente do PTB em Juiz de Fora, Ricardo Francisco, declarou, porém, que a atitude de Vicentão é isolada e que não há interesse "nem do diretório, nem da Executiva, nem dos candidatos" de que sua candidatura seja confirmada. "Acontece que, dos nossos 26 candidatos homens, dois pediram para retirar a candidatura e ele se aproveitou dessa brecha. Mas, até pela similaridade com a situação do ex-prefeito Alberto Bejani (PSL), essa é uma medida inócua e que só traz desgaste para o partido e para os candidatos. 

Não tem nada a ver com o projeto partidária e nós não gostaríamos de vê-lo confirmado. A intenção do partido é questionar esse registro", garantiu. Ele também fez questão de frisar que os candidatos do PTB hoje "não têm nenhuma ligação com o PTB do passado", referindo-se ao fato de que, além de Vicentão, Bejani também era filiado à sigla em 2008, ano do escândalo não só do caso Koji, como também das operações Pasárgada e De volta para Pasárgada, da Polícia federal. "É um PTB novo. Queremos nos afastar de qualquer pessoa que remeta ao PTB do passado."

Assim como Bejani, Vicentão deve ser alvo de pedidos de impugnação com base na Lei da Ficha Limpa, que veda a candidatura de políticos que tenham renunciado ao mandato para fugir de um processo de cassação. Em seu caso, aliás, não há nem o argumento de que o processo de perda de mandato não havia sido aberto, uma vez que a Comissão de Ética da Câmara já havia pedido sua saída por quebra de decoro parlamentar e existia uma comissão processante instaurada na Casa. Com 20 anos de mandato e três meses após a primeira denúncia da Tribuna, ele deixou o cargo no dia 8 de outubro de 2008, três dias depois de sofrer derrota nas urnas e não conseguir se reeleger.

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